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terça-feira, 11 de outubro de 2016

A raposa albina da caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma raposa da caatinga com anomalia na sua pelagem. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







Os fatos

A raposa (Dusicyon thous) da caatinga é um pequeno carnívoro de pelagem cinza escura. Quando na idade avançada seus pelos parecem mais claros. Há raposas com cores marcantes em diferentes regiões do mundo, como a raposa branca e a vermelha do Ártico. Contudo a ocorrência do albinismo tem se manifestado em diferentes espécies de animais, domésticos e silvestres. Essa alteração genética pode está ocorrendo com a raposa da caatinga, como podemos ver nessas imagens. Embora não sabemos ainda o que tem provocado essa alteração nas raposas da caatinga, esse fato pode ter algumas consequências para essa espécie do bioma caatinga. Em outras regiões do mundo, a mudança de cor é uma adaptação dos animais as mudanças do ambiente, porém no Sertão do Nordeste onde só temos duas estações definidas, inverno e verão, essas alterações podem ser negativas para os animais.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

As primeiras chuvas na caatinga e as flores

As fotos

Nestas fotografias podemos observar as primeiras flores da caatinga no verão de 2016, após uma chuva. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.
















Os fatos


No Sertão de Pernambuco, a seca começa a perde força com a ocorrência de algumas chuvas em diversas áreas do sertão. De janeiro até hoje, são mais de 234 dias sem chuvas. No total, choveu até agora 373,1 mm, sendo 262,2 mm só no mês de janeiro. No mês de fevereiro choveu 46,3 mm. No mês de março, 33,5 mm e 3,7 mm no mês de abril. Maio choveu 15,6 mm e junho 8,0 mm. As chuvas do mês de julho totalizaram 3,8 mm. Nos meses de agosto e setembro não foi registrada nenhuma precipitação. Neste início de outubro, tivemos as primeiras chuvas no Sertão com uma precipitação de 25,3 mm. Há relatos que em algumas comunidades as chuvas chegaram a um volume de 80 mm, encheram os barreiros e pequenos açudes. A caatinga tem uma capacidade ímpar na recuperação da vegetação totalmente seca e dá uma resposta espetacular com uma grande diversidade de flores logo após as primeiras chuvas. Essa renovação da vegetação tem importância grande para o bioma caatinga, principalmente para alimentação de pássaros, abelhas e outros animais da caatinga que enfrentavam uma restrição severa de falta de alimentos no período de seca.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

A reprodução do gavião-carijó na caatinga.



As fotos

Nestas fotografias podemos observar um gavião-carijó no ninho. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.



























 Filhotes logo após abandonarem o ninho.



Os fatos

O gavião-carijó (Rupornis magnirostris) é uma das mais belas aves de rapina da caatinga nordestina. Essa ave pode chegar a mais de 40 cm de comprimento com uma plumagem belíssima variando de cinza a marrom e um azul escuro. No peito as listas marrons e brancas dão um tom de beleza inigualável. O gavião-carijó alimenta-se de pequenos vertebrados e tudo que consegue caçar quando está com fome. Esta espécie, embora seja a mais abundante do Brasil, não é vista com facilidade. Este gavião também é conhecido pelos nomes de anajé, gavião-indaié, inajé e indaié. O ninho do gavião- carijó é muito simples e feito de pequenos galhos secos, sempre em plantas muito altas, talvez assim, eles podem evitar os predadores. Geralmente põe de 2 a 3 ovos. As fêmeas sempre permanecem no ninho. O macho só aparece quando há ameaças ou para alimentar os filhotes. A postura ocorre, geralmente nos meses de agosto e setembro quando a temperatura na caatinga é muito alta e a vegetação está completamente seca. Para alimentar os filhotes, o gavião captura pequenos pássaros, preferencialmente, as rolinhas. Do nascimento no dia 13 de setembro a 17 de outubro, quando os filhotes abandonaram o ninho, foram mais de 35 rolinhas que os gaviões abateram para alimentar os filhotes. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A beleza da floração do mulungu e o corrupião na caatinga.



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar a beleza da floração do mulungu e vários corrupiões na caatinga. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.






Os fatos

A floração do mulungu (Erythrina mulungu) é uma das mais belas da caatinga. Embora essa planta só ocorra nas baixadas e vales da caatinga sua floração no início do verão é um belo espetáculo. Suas flores têm a predominância da cor laranja e vermelha e são muita visitadas por insetos e pássaros da caatinga, principalmente pelo corrupião e pela pega preta. O corrupião ou sofrê é uma das mais belas aves da caatinga e um dos cantos mais bonito. A pega ou xexéu-de-bananeira é outra ave de rara beleza que se destaca por imitar outros pássaros da caatinga. Tanto a pega quanto o corrupião alimentam-se da flor do mulungu no período de floração. Como a floração do mulungu tem início nos meses de seca, tornam-se uma fonte muito importante de alimentos para muitos pássaros da caatinga, principalmente para o corrupião. Há estudos que correlacionam a bela plumagem do corrupião a sua alimentação na caatinga. Por isso, nesse período sua cor é mais acentuada e vibrante. Quando o corrupião é criado em cativeiro, suas cores são pálidas sem muito brilho.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

As gangarras da caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar algumas gangarras na caatinga. As fotografias foram obtidas na caatinga de Petrolina, PE.











Os fatos

Na região da caatinga o período de seca é marcado pela revoada de pássaros de diversos tipos em busca de alimentos.  Entre estes, temos o barulho insuportável das revoadas dos periquitos verdes ou gangarras. As gangarras ou periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum) são da ordem dos Psittaciformes e família Psittacidae. Essas aves são encontradas em toda região da caatinga nordestina. Os alimentos preferidos das gangarras são os frutos das plantas da caatinga, com destaque para os pequenos frutos do imbuzeiro no início da frutificação que ocorre no início da estação seca. Quando um bando de gangarras ataca um imbuzeiro no início da floração, provocam uma perda significativa da frutificação, pois elas consomem e derrubam os frutos nos primeiros dias de crescimento. Atualmente as gangarras têm causado severos danos em áreas com plantio de sorgo. Elas derrubam e consomem praticamente todos os grãos. Em muitas comunidades os agricultores atiram nos bandos de periquitos na tentativa de salvar parte da safra de sorgo. Nas fotografias podemos ver as gangarras em busca de sementes de maniçoba caídas ao chão.