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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A caieira de carvão vegetal na caatinga do Sertão de Pernambuco

As fotos

Nestas fotografias podemos observar agricultoras confeccionando uma caieira para produção de carvão vegetal na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.









Os fatos


No interior do Sertão nordestino a maneira mais tradicional de se obter calor para a produção de alimentos pelos pequenos agricultores que residem na zona rural é a utilização da lenha ou do carvão vegetal obtido de plantas da caatinga. Para muitos moradores da caatinga, o carvão vegetal é uma opção para utilização na cozinha e uma fonte de renda. Todavia, não é esta lenha retirada em pequena escala que está causando a devastação da caatinga como tem sido demonstrado em estudos recentes que a área original da caatinga já sofreu um desmatamento na ordem de 45,39% nos últimos anos. Os pequenos agricultores há anos fazem a extração de lenha para produção de carvão, construção de cercas e, principalmente para cultivo de lavouras tradicionais como o milho e o feijão. Há outro lado da história que precisa ser discutido, isto é, esse aumento na taxa de desmatamento da caatinga tem como causa primordial, a demanda de lenha e carvão vegetal de grandes complexos industriais das capitais nordestinas.  Por exemplo, em algumas áreas do Sertão de Pernambuco, principalmente na divisa dos municípios de Serra Talhada e Custódia, esta atividade está contribuindo para a devastação da caatinga, visto que, o carvão é produzido em grande escala e vendido para indústrias na capital Recife. Dessa região sai semanalmente 8 a 10 caminhões com 12 toneladas cada caminhão de carvão. Na Chapada do Araripe que tem o maior pólo gesseiro da América Latina e os diversos pólos cerâmicos como Açu e Seridó (RN), Russas (CE), Cariri Paraibano (PB), o carvão atende o interesse do grande capital empresarial. Essa exploração verdadeiramente pode esta levando à caatinga a extinção, pois para atender essas demandas, grandes áreas de caatinga têm que ser devastada. Más, aqueles agricultores que produzem carvão para seu consumo e um pouco para venda em mercados locais, nunca serão responsáveis pela devastação do bioma caatinga.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A safra de imbu na região Sudoeste da Bahia

As fotos

Nestas fotografias podemos observar sacos de imbu, provenientes da comunidade de Itaquaraí no município de Brumado no Sudoeste da Bahia. As fotografias foram obtidas no município de Brumado, BA.






Os fatos


Embora a seca tenha castigado severamente a região semiárida do Estado da Bahia neste ano, a safra do imbuzeiro já teve início na região Sudoeste, principalmente no município de Brumado. Em diversas comunidades de Brumado, os pequenos agricultores já estão colhendo os frutos do imbuzeiro, mesmo com as poucas chuvas que ocorreram. Essa atividade tem sido uma das alternativas para obtenção de renda pelos pequenos agricultores da região, visto que, mesmo na seca, o imbuzeiro consegue produzir e gerar renda para os agricultores. A produção de frutos do imbuzeiro no município de Brumado é de aproximadamente, 642 toneladas de frutos. Parte dessa produção é comercializada in natura para outras regiões, principalmente para Salvador. Neste começo de safra, o saco de imbu com 60 kg está sendo vendido nas comunidades por R$ 60,00 e em Salvador, o valor pode alcançar até R$ 120,00 por saco. Na região, a agregação de valor ao fruto do imbuzeiro já vem sendo realizada, com destaque para os trabalhos desenvolvidos pela Cooproaf (Cooperativa de Produção e Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia), com 67 associados. Nesta cooperativa os agricultores processam diversos produtos derivados do imbu, principalmente, a geleia, o doce em massa, a compota, etc. A ocorrência antecipada da safra nessa região gera ganhos significativos para os agricultores com preços diferenciados, pois, nas demais regiões produtoras de imbu, a safra só terá início lá para o mês de janeiro.

domingo, 10 de novembro de 2013

A resposta da caatinga as primeiras chuvas de verão no Sertão

As fotos

Nestas fotografias podemos observar a floração do sete-cascas na caatinga após as primeiras chuvas do verão de 2013. As fotografias foram obtidas  na caatinga do município de Petrolina, PE.








Os fatos


Embora na região do Sertão do São Francisco, já são mais de 288 dias sem chuvas, a vegetação da caatinga ainda reage com as poucas chuvas que caem. A caatinga possui uma das mais belas composições de plantas do planeta. São inúmeras espécies de plantas que só ocorrem nesta região. Podendo ser considerada uma das regiões do mundo de maior riqueza biológica, face às adversidades da região.  Quando termina o período de chuvas na caatinga e a vegetação começa a perde suas folhas pela falta de água no solo, o cenário da seca é eminente. Todavia, basta ocorrer uma chuvinha qualquer que a paisagem muda de aspecto. Logo após as primeiras chuvas no sertão nordestino, pode-se observar os locais onde a chuva caiu pelo surgimento da floração do sete-cascas (Tabebuia spongiosa). A espécie sete-cascas, pertencente à família Leguminosae Mimosoideae, podendo atingir de 6 a 10 m de altura na caatinga. É uma espécie secundária com crescimento rápido. A madeira é macia e pouco durável. Sua principal utilização é o paisagístico e arborização urbana. Esta planta é de uma beleza ímpar. Suas flores amarelas mudam o cenário de seca para uma paisagem de alegria e beleza. As flores são visitadas por abelhas e pássaros que contribuem para sua polinização. Quando o botão floral cai, e consumido por inúmeros animais da caatinga, principalmente pelo veado e o caititu. O sete-cascas ou “Ipê cascudo” é considerado por muitos estudiosos como a mais bela planta da caatinga. Embora existam outras variedades de ipês de flores amarelas, o sete-cascas só é encontrada nas caatingas sertanejas. Normalmente essa espécie floresce nos meses de outubro a dezembro, quando da ocorrência das trovoadas (as primeiras chuvas no Sertão), como este ano as trovoadas não ocorreram, pouco se viu a floração do sete-cascas. As flores que são vistas nestas fotografias surgiram depois da ocorrência de uma pequena chuva no dia 3 de novembro em algumas áreas do Sertão. Um fato muito importante nos chama à atenção nestas imagens é que nesta mesma data em 2012, as plantas do sete-cascas também estavam floridas. Isso nos leva a pensar que, embora a seca tenha sido uma grande ameaça para região semiárida do Nordeste, as plantas da caatinga continua respondendo de forma sincronizada a ocorrência dos eventos climáticos na região..

domingo, 3 de novembro de 2013

Não ocorreu trovoadas no Sertão de Pernambuco no mês de outubro de 2013

As fotos

Nestas fotografias podemos observar aspectos da seca no Sertão do Nordeste. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.









Os fatos


No município de Petrolina, PE até o momento choveu um total de 163,2 mm, do início de janeiro até hoje (03/11/13). São 288 dias sem qualquer chuva. No mês de janeiro choveu 92,5 mm, em quatro eventos de chuva e 27 dias deste mês não foi registrada nenhuma chuva na região. Embora esse volume tenha sido significativo, pouco ou quase nada mudou no cenário da seca, visto que, nos meses seguintes pouca chuva foi registrada. No mês de fevereiro não foi registrada nenhuma precipitação. Esse fato chama a atenção, pois, o mês de fevereiro é um dos mais chuvosos na região. Assim, foram 28 dias de fevereiro sem chuvas. No mês de março ocorreu uma precipitação de 23,9 mm em um único dia e os 30 dias restante do mês não choveu. No mês de abril foram 3 dias de chuvas com 27 dias sem qualquer precipitação. Neste mês choveu somente 5,8 mm, em 3 eventos de chuvas. No mês de maio, novamente foram registrados 3 eventos de chuvas com um total de 13,4 mm e 28 dias sem chuvas. Nos meses de junho e julho choveu 9,6 e 12,9 mm, respectivamente, em 4 eventos de chuvas. Todavia, nesses meses foram 57 dias sem chuvas.  Essas ocorrências foram inusitadas, visto que nesses meses não se espera chuvas no Sertão. No mês de agosto choveu apenas 2,5 mm. Neste mês foram 30 dias sem qualquer precipitação. No mês de setembro, ocorreu uma precipitação de 1 mm e 29 dias sem chuvas. Com a chegada de outubro, o sertanejo esperava a ocorrência das trovoadas, marca característica deste período, porém, para o desanimo de todos os nordestinos, a chuva que ocorreu em outubro foi um chuvisco de 1,6 mm, nada de trovoadas. Foram 29 dias sem qualquer chuva em outubro. Estamos na primeira semana de novembro e a esperança não é boa. Assim, estamos próximo de superar a barreira dos 345 dias sem chuvas de 2012.


domingo, 6 de outubro de 2013

A busca de água para os animais na caatinga

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns aspectos da busca de água para os animais na caatinga. As fotografias foram obtidas no semiárido de Pernambuco e Bahia.












Os fatos



No Semiárido brasileiro, dada a irregularidade espacial e temporal das chuvas, durante vários meses do ano, os animais, em geral, consomem água com qualidade inferior quando comparada à água de consumo humano e vegetal, principalmente nas comunidades rurais com recursos hídricos escassos. Isto ocorre em virtude de, no período das chuvas, as águas das fontes hídricas se apresentam turvas, em conseqüência da presença de material em suspensão, como as argilas, areias, resíduos orgânicos e minerais, entre outros, trazidos pelo escoamento superficial das águas. Assim, ficam para os animais o que sobra nos pequenos barreiros, açudes e poças nas estradas. Com as irregularidades das chuvas em 2012 e 2013 a oferta de alimentos e água para os animais tem sido a maior dificuldade enfrentada pelos agricultores. Muitos agricultores já perderam parte de seu rebanho pela falta de alimentos e, principalmente por falta de água. Todavia, essa seca nos leva a uma reflexão sobre a criação de animais em áreas com irregularidade de chuvas como a região semiárida, o que requer dos agricultores um planejamento das necessidades de alimentos e água para o rebanho.  Segundo dados de um estudo realizado pela Embrapa Semiárido em 1988, um bovino adulto consome, aproximadamente 83 litros de água por dia. Se considerarmos que no Sertão temos 240 dias sem chuva, para um bovino o agricultor necessitaria de 19.920 litros de água. Esse volume inviabilizaria qualquer criação de bovinos no Sertão do Nordeste. Para os caprinos, segundo o estudo, são necessários 11 litros dia. Assim, para cada caprino o agricultor necessitaria de 2.640 litros para o período de seca. Como a criação de caprinos é à base da economia na zona rural do Sertão nordestino, onde, em média, os pequenos agricultores possuem rebanhos de  100 a 150 cabeças o que demandaria um volume de 396.000 litros de água para 150 cabeças de caprinos nos 240 dias de seca. Como tudo é possível no Sertão, encontrar um agricultor que tenha esse volume de água armazenado para os seus animais é quase impossível. Como este ano só tivemos até o momento 17 dias com chuvas num total de 161,6 mm e 257 dias sem chuvas, o que demandaria só para uma cabeça de caprino um total de 2.827 litros de água, a criação de animais na caatinga se torna cada dia mais difícil.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A seca e a esperança dos sertanejos nas trovoadas de outubro

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns animais mortos por falta de alimentos, agricultores cortando e queimando mandacaru para alimentação de seus animais, um barreiro sendo construído e outro com um pouco de água, poças de água de chuva em uma estrada do Sertão e animais bebendo a última água de um barreiro e um agricultor coletando água em um pequeno açude. As fotografias foram obtidas nos municípios de Petrolina e Arcoverde, PE.







Os fatos



Neste final de inverno e início de primavera a seca aumenta de intensidade na região semiárida do Nordeste. No Estado de Pernambuco, segundo dados da APAC (Agência Pernambucana de Água e Clima) as chuvas ocorridas até o final de agosto foram significativas para toda Zona da Mata e Agreste. Nestas regiões, principalmente no Agreste a formação de pastagens para os animais pode transformar o cenário de desolação provocado pela seca de 2012. Há muito pasto e os animais estão recuperando parte do peso perdido. Todavia, há pouca água armazenada. Isto ainda é motivo de preocupação para muitos criadores da região. Por outro lado, no Sertão a seca aumenta de intensidade com a elevação das temperaturas no início de setembro. Em termos de precipitação de janeiro a agosto de 2013 em  Pernambuco, embora tivemos regiões que praticamente não choveu, há registro significativos em muitas localidades do Sertão, Agreste e Mata. No Sertão, o acumulado médio do ano foi de 283,9 mm. Os maiores volumes acumulados foram em: Araripina (730,6 mm), Triunfo (643,5 mm), Quixaba (563,5 mm),  e Exu (492,2 mm). Já os menores registros ocorreram em: Petrolina (89 mm), Belém de  São Francisco (102 mm) e Floresta (102,8 mm). No Agreste, a pluviometria média acumulada até 30 de agosto foi de 480,4 mm. Nesta região, os maiores acumulados de chuva foram em São Vicente Férrer (1.224,3 mm), Bom Jardim (787 mm), João Alfredo (747,6 mm) e Brejão (726,3 mm). Na Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata, o acumulado médio destas  regiões foi 1.580 mm e 1.174,7 mm respectivamente. Os maiores acumulados entre janeiro e agosto ocorreram em: Recife (1.907 mm) Camaragibe (1.887 mm), Cabo (1.821 mm), Jaboatão dos Guararapes (1.818 mm), e Ipojuca (1.699 mm). Embora as regiões do Sertão de Pernambuco e do Sertão do São Francisco apresentem uma precipitação muito abaixo da média histórica, as consequências da seca para o Estado será menor que as da seca  de 2012, visto que, as regiões mais produtoras, Mata e Agreste receberam chuvas significativas. A capacidade da caatinga para alimentar os rebanhos já não existe mais, todavia, o sertanejo espera que já no mês de outubro ocorram as primeiras trovoadas no Sertão e todo esse cenário pode mudar. 

sábado, 24 de agosto de 2013

O aproveitamento da pouca água que ainda resta nos açudes do Sertão

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar alguns bovinos bebendo água em um açude e o verde de algumas plantas cultivadas na vazante pelos agricultores. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos


Embora a seca tenha castigado severamente o Sertão de Pernambuco no ano de 2012 e nos primeiros meses de 2013, a pouca água que foi armazenada com as chuvas nos açudes, barreiros, etc., tem contribuído para que muitos agricultores salvem seus animais e ainda consigam produzir alguma lavoura nas culturas de vazantes. Em algumas comunidades a água armazenada nos açudes está sendo utilizada para matar a sede dos animais e para produção de milho, feijão e, principalmente para a produção de forragens como o sorgo e o capim elefante nas variedades napier e cameron (Pennisetum purpureum). Essa forrageira tem se adaptado muito bem as vazantes dos pequenos açudes do Nordeste e contribuído significativamente na alimentação dos animais, principalmente na época de seca. No município de Petrolina, PE até o momento choveu um total de 155,3 mm sendo 92,5 mm no mês de janeiro. No mês de fevereiro não foi registrada nenhuma precipitação, já no mês de março choveu um total de 23,9 mm. Em abril choveu 5,8 mm e no mês de maio 13,5 mm. Nos meses de junho e julho choveu 9,6 e 7,5 mm, respectivamente.  Em agosto até esta data choveu apenas 2,5 mm. Esse volume de chuvas e sua distribuição tornam o quadro de seca no Sertão muito grave para sobrevivência dos animais, principalmente dos bovinos. Todavia, para aqueles agricultores que não ficam esperando a sorte e procuram aproveitar toda água disponível, ainda é possível conseguir comida para os animais  e alimentos com a produção nas vazantes dos açudes.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A floração do imbuzeiro na caatinga de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma área de caatinga com a vegetação seca e inflorescências do imbuzeiro e a formação de pequenos frutos. As fotografias foram obtidas na caatinga do município de Petrolina, PE.






O fato

A fenologia reprodutiva do imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) ocorre na região semi-árida do Nordeste, no período de julho a dezembro, período, normalmente de seca. Esse processo ocorre porque o imbuzeiro perde as folhas logo após o inverno, para diminuir a transpiração, e entra em estado de dormência vegetativa no começo do verão por um período de até 43 dias. No entanto, com as modificações que ocorrem no clima nesse período, na temperatura e no grau higrométrico do ar, o imbuzeiro inicia sua brotação, floração e frutificação. Embora as chuvas que ocorreram no Sertão do Nordeste no ano de 2012 e até o momento de 2013 não tenham sido significativas para floração e frutificação de muitas plantas da caatinga, uma delas parece não sofre conseqüências da seca é o imbuzeiro. Até o dia 7 de agosto de 2013 choveu um total de 160,2 mm na região do Sertão do São Francisco. Contudo os xilopódios do imbuzeiro estão cheios de reservas nutritivas o que garante a sobrevivência da planta e sua floração e frutificação. Esse início da floração do imbuzeiro antecede as primeiras trovoadas no Sertão que normalmente ocorrem nos meses de outubro e novembro. Os frutos que fecundarem nesta época poderá ser colhido já no início de dezembro. A floração do imbuzeiro tem grande importância para fauna e flora da região semiárida, visto que, suas flores e frutos são fontes de alimentos para muitos animais da caatinga, principalmente para os pássaros e abelhas nativas.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Palha de milho produzida em área irrigada para alimentação dos animais na caatinga



As fotos

Nestas fotografias podemos observar um agricultor cortando e queimando mandacaru para alimentação de seus animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.














Os fatos


Com as irregularidades das chuvas em 2012 e 2013 a oferta de alimentos para os animais na caatinga tem sido a maior dificuldade enfrentada pelos agricultores. Em algumas regiões da caatinga as poucas chuvas formaram um pouco de água que ainda atende as necessidades de consumo dos animais, todavia, a falta de alimentos é a principal causa da grande mortandade dos rebanhos de bovinos, caprinos e ovinos nos sertões do Nordeste. As estimativas apontam para a morte de mais de 900 mil cabeças de gado, além de outros animais nos estados mais castigados pela seca. A capacidade de suporte da caatinga já não existe mais. Resta aos agricultores à coleta e a retirada de espécies nativas da caatinga como o mandacaru, o xiquexique e a macambira para salvar o que restou de seus animais. Em muitas comunidades a falta de água nos açudes, barragens e barreiros têm contribuído para morte de sede dos animais no sertão nordestino. Todavia o governo federal junto com os governos estaduais tem realizado ações no sentido de contribuir para solução dos problemas enfrentados pelos agricultores, principalmente com o envio de milho para os agricultores usarem na alimentação dos animais. Em Pernambuco o governo estadual está desenvolvendo ações voltadas para o atendimento emergencial dos animais com a oferta de palha de cana na região da Zona da Mata e Agreste e de palha de milho no Sertão. No Sertão o milho está sendo produzido no Perímetro Irrigado do Vale do São Francisco em uma área de 140 hectares no Projeto de Irrigação de Bebedouro. Por semana, são colhidas quase 300 toneladas de palha do milho, o suficiente para abastecer 40 caminhões que seguem para 14 municípios do Sertão do São Francisco e do Araripe. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O uso do cachimbo no Sertão de Pernambuco

As fotos

Nestas fotografias podemos ver uma agricultora do Sertão de Pernambuco, Dona Joaninha com seus 95 anos realizando uma das suas preferências, fumando o cachimbo. A fotografia foi obtidas na Comunidade Sítio Alta do Angico no município de Petrolina, PE.







O fato

O cachimbo é um artefato utilizado pelos agricultores para colocação do fumo. O cachimbo foi descoberto pelos colonizadores ao chegarem às terras das Américas antes de Colombo.  Nas tribos indígenas o cachimbo era utilizado em rituais de muitas tribos e povos. Nestes rituais os silvestres americanos procuravam uma ligação com os espíritos utilizando à fumaça do cachimbo obtida de folhas de plantas que posteriormente foram denominadas como cultura do fumo. No Sertão os agricultores utilizavam o fumo por inalação com cigarros de palha, cachimbo, rapé e mastigando o fumo de rolo. Para obtenção do fumo de rolo os agricultores da região de Arapiraca no Sertão de Alagoas que era uma das regiões de maior produção de fumo no Brasil, colhiam as folhas do fumo e preparavam os rolos depois de um processo de secagem e cura ao sol por até 90 dias. Embora existindo os famosos cigarros como o continental, o gaivota, entre outros, o cachimbo e o cigarro de palha era a forma o mais tradicional para inalação do fumo na caatinga. Havia também uma tradição no interior dos Sertões que se o caçador não levasse fumo para caipora não conseguiria encontrar nenhuma caça.  Hoje, com a produção de fumo em outros países os cigarros, principalmente os importados estão muitos baratos e dificilmente se ver um agricultor fumando um cachimbo com fumo de rolo.