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quinta-feira, 10 de maio de 2012

O caroá na caatinga seca


As fotos


Nestas fotografias, podemos observar uma área de caatinga com plantas de caroá na seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




Os fatos

Entre as plantas da caatinga que são utilizadas para produção de artesanatos, o caroá (Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez) é uma das que mais se destaca.  O caroá é uma Bromeliaceae nativa da caatinga com ocorrência, principalmente nas caatingas do Piauí, Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco. A principal característica do caroá é a emissão de rizomas em suas raízes. Esses rizomas são fonte de alimentos para muitos animais silvestres, principalmente para o caititu. Suas flores são fonte de alimentos para inúmeros pássaros e insetos da caatinga.  As folhas são utilizadas pelos agricultores para obtenção de fibras empregadas na confecção artesanal de cordas, barbantes e outros utensílios utilizados pelos habitantes da caatinga. Atualmente a fibra do caroá teve sua utilização substituída pela fibra do sisal. Nos períodos de seca severa na caatinga os animais silvestres como o caititu e o veado catingueiro consomem as folhas do caroá para escapar da falta de água na caatinga.

A queda das folhas da favela na caatinga



As fotos

Nestas fotografias, podemos observar ulgumas plantas de favela com folhas secas e maduras. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.








Os fatos

Embora na região semiárida do Nordeste as estações do ano que mais se destacam sejam o verão e o inverno, isto é, um curto período de chuvas e o restante do ano de seca, a vegetação da caatinga no período de transição entre o verão e o inverno, que se dá dos dias 20 de março a 20 de junho, respectivamente, quando ocorre o outono, apresenta um intenso desfolhamento. É nesse período que os animais consomem uma quantidade grande de folhas secas e maduras que caem ao chão da caatinga. Mesmo em anos de irregularidades climáticas como 2012, o período de queda de folhas na caatinga é bem definido. Nesta época uma das plantas que mais contribuem para alimentação dos animais é a favela. A favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax. Et K. Hoffman) é uma forrageira nativa das caatingas do Nordeste com sua distribuição geográfica nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, muito consumida pelos animais, principalmente no período de seca. É um arbusto de grande porte da família das EUPHORBIACEAE com ramos lenhosos e crassos, com porte que pode chegar até 7,8 m, esgalhada irregularmente e armada com espinhos nas folhas. Quando os ramos são cortados, exsudam látex branco. Suas folhas são simples, alternas, espessas, lanceoladas, nervuras com espinhos urticantes. As flores são alvas, hermafroditas. Os animais consomem as folhas maduras quando estas caem no chão no final do período de chuvas. Na seca os animais, alimentam-se dos brotos e casca da favela. Suas sementes são consumidas por animais silvestres e pelos caprinos que regurgitam as cascas nos apriscos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Programa 1 milhão de poços no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns cata-ventos na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos

A seca que assola a região semiárida do Nordeste neste ano, trás a tona as mais variadas tentativas para se conseguir água no interior das caatingas. Nos Sertões do Nordeste existem muitos poços profundos de onde a água é retirada normalmente por cata-ventos ou bombas. O problema é que na maior parte destes poços a água é salobra. Embora esta água possa ser em alguns casos consumida pelos animais, na maioria das vezes é imprópria para o consumo humano. Contudo, em anos de secas severas, só resta à água salobra obtida pelos velhos cata-ventos. Como a geologia da região nordestina é constituída por mais de 70% de embasamento cristalino, as possibilidades de existência de água no subsolo só ocorre nas fraturas das rochas e nos aluviões perto de rios e riachos. Contudo, na maior parte dos poços as águas não servem para o consumo humano em função das altas concentrações de sal, visto que essas águas ficam retidas por muito tempo no solo e se mineralizam aumentando sua salinidade. Porém, milhares de poços já foram abertos na região semiárida e suas águas, mesmo impróprias para o consumo, têm salvado muitos animais nas secas. Neste momento da crise causada pela falta de chuvas, só resta aos agricultores comprar água de carro-pipa ou matar a sede dos animais com a velha água salobra dos poços da caatinga que ainda não secaram. Será que já não esta na hora de criarmos o programa de 1 milhão de poços! Se o Governo Federal garante a água de beber com o carro-pipa, porque não perfurar um poço ao lado de cada residência do Sertão.

O transporte de água no Sertão


As fotos

Nesta fotografia, podemos ver o transporte de água para consumo humano no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato



Em todas as comunidades rurais do Sertão de Pernambuco a seca de 2012 tem castigado os agricultores na busca de água para atender suas necessidades. Nessas comunidades a principal dificuldade é a obtenção de água para atender os animais. Embora o Governo Estadual por meio do IPA está fornecendo um carro-pipa de água com aproximadamente 8 mil litros por mês para cada família, esse volume só atende as necessidades de consumo e afazeres domésticos, porém, para atender outras necessidades das famílias, principalmente, para o consumo dos animais, os agricultores tem que procurar outras fontes de água. Para isso o transporte animal ainda é o principal meio de transporte. Assim, os agricultores coletam água em poços, barreiros, cacimbas, açudes, etc., e transportam para suas residências.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Os carros-pipa e a distribuição de água no Sertão

As fotos

Nestas fotografias podemos ver a coleta de água por carro-pipa em um canal de irrigação. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

As irregularidades das chuvas neste ano de 2012 em toda a região semiárida do Nordeste têm colocado em evidência um fenômeno muito questionado que é o uso do carro-pipa para abastecer as famílias rurais em períodos de seca. Em secas recentes, a distribuição de água nas comunidades do interior por carro-pipa sempre tinha um cunho político onde os interesses dos prefeitos, vereadores, entre outros, estava acima das necessidades dos moradores da caatinga. Recentemente, no ano de 2006 o governo Federal criou o  Programa Operação Carro-Pipa. Esse com tem como proposta básica a distribuição emergencial de água nos municípios atingidos pela estiagem em todo o Nordeste. Seu principal objetivo é a distribuição de água potável, através de carros pipa, aos locais afetados pela estiagem. O é gerenciado pelo Ministério da Integração Nacional em parceria com a Secretaria Nacional de Defesa Civil. Em função da gravidade da seca deste ano, os carros-pipa estão coletando água em qualquer fonte o que causa preocupação visto que essa água necessita de um tratamento prévio entes do consumo, pois, não é qualquer água que pode ser consumida. Será que os órgãos responsáveis pela operação pipa estão orientando os agricultores para o devido tratamento desta água.