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sexta-feira, 20 de abril de 2012

O consumo da catingueira pelos caprinos no Sertão


As fotos


Nesta fotografia, podemos observar algumas planta de catingueira floridas. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.



Os fatos


Embora a seca esteja assolando as caatingas do Sertão nordestino, muitas plantas nativas da caatinga estão com muitas folhas. Essas folhas são importantes para alimentação dos animais, principalmente dos caprinos. Entre essas plantas temos a catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.) que é uma espécie arbórea, endêmica da caatinga nordestina de ocorrência, principalmente nos estados de Pernambuco, Paraíba Alagoas e Bahia. O uso desta planta pelos agricultores é caracterizado pela extração da lenha para produção de carvão vegetal e para construção, principalmente de apriscos. Essa atividade tem contribuído para redução da densidade populacional desta espécie. A catingueira também é utilizada na medicina caseira para tratar casos de descontrole intestinal e processos inflamatórios. Embora a folha da catingueira apresente um aroma desagradável, quando esmagadas, essa planta tem suas folhas e brotos consumidos pelos animais logo no início das chuvas no sertão. A catingueira é uma das primeiras plantas a emitir brotação após as primeiras chuvas, sendo assim, uma fonte de alimentos para os caprinos e bovinos da caatinga no período de seca.

Os pequenos açudes do Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar  pequenos açudes na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Afrânio e Petrolina, PE.





O fato

Para aproveitar a água das chuvas na região semiárida do Nordeste os agricultores utilizam de conhecimentos milenares como os barreiros, caxios ou caldeirões, cacimbas, barragens, açudes, etc. Todavia, todas essas alternativas tradicionais não terão sucesso se não seguirem algumas regras básicas que norteiam o armazenamento de água de chuva. Entre essas regras uma das mais importantes é  a área de captação e a capacidade de armazenamento. Em muitas comunidades do Sertão os barreiros e açudes são construídos em locais não adequados e com área de captação maior ou menor que a capacidade de armazenamento dos mesmos. Na fotografia, podemos observar que os pequenos açudes encontram-se em uma área com potencial altíssimo de escoamento e o tanque de armazenamento pequeno para  suportar toda água. Assim, quando ocorrer chuvas acima da média na região, esses pequenos açudes não suportaram as enxurradas e vão arrebentar.

A água barrenta dos barreiros



As fotos


Nestas fotografias  podemos observar a água barrenta em alguns barreiros do Sertão.  As fotografias foram obtidas nos municípios de Afrânio e Petrolina, PE.





Os fatos

A seca que assola a região semiárida do Nordeste neste ano está sendo considerada uma da mais severa já ocorrida. Até o momento, quase nada choveu nos Sertões e tudo na região está sofrendo com as altas temperaturas e falta de água. Embora a região semiárida do Nordeste brasileiro seja uma das semiáridas do mundo onde mais chove com um total de 700 bilhões de metros cúbicos por ano, a maior parte dessa chuva não é aproveitada em todo o seu potencial, pois, mesmo existindo grande quantidade de barreiros e açudes no Nordeste, 36 bilhões de m3 se perdem pelo escoamento superficial.  Parte dessa água fica acumulada em grandes e pequenos barreiros por todo o Sertão. A água dos barreiros tem uma importância muito grande para os pequenos agricultores, principalmente para suprir a sede dos animais. Essa água, embora não seja de boa qualidade é a garantia de sobrevivência dos animais na seca.  Na fotografia, podemos ver que a água acumulada nesse barreiro esta barrenta com muito sedimento em suspensão e não serve para consumo humano. Todavia, na falta de água, resta aos agricultores aproveitarem qualquer água.


domingo, 15 de abril de 2012

Aspectos do crescimento do imbuzeiro aos 14 anos



As fotos

Nestas fotografias podemos observar o sistema radicular de uma planta de imbuzeiro com 14 anos de crescimento. A fotografia foi obtida na Embrapa Semiárido, Petrolina, PE em 13 de abril de 2012.



Os fatos

O imbuzeiro é uma planta que pode alcançar idade superior a 100 anos, todavia seu crescimento é muito lento. Na fotografia podemos observar o sistema radicular de uma planta de imbuzeiro aos 14 anos de crescimento. Os resultados obtidos aos 14 anos foram os seguintes: altura da planta 2,40 m, o diâmetro basal do caule ao nível do solo de 10,2 cm. A circunferência do caule ao nível do solo foi de 31,3 cm. A altura  da copa foi de 2,21 m. O maior e o menor diâmetro da copa foram de 6,65 e 5,55 m, respectivamente. As raízes horizontais e verticais mediram 9,27 e 1,47 m, respectivamente. O maior e menor diâmetro das raízes foram de 9,22 e 0,003 cm. O peso da matéria fresca dos galhos foi de 58,3 kg com um volume de  60,5 litros. As folhas pesaram 8,35 kg. As raízes pesaram 17,59 kg com um volume de 19,37 litros. Em relação à produção de xilopódios, foram encontrados 634. Essa planta produziu na última safra um total de 1.960 frutos com peso médio de 17,23 g e um total de 18,42 kg.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A extinção do caititu no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar um caititu no cativeiro e outros na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





 
Os fatos
A caatinga nordestina já foi repleta de animais silvestres, entre estes, o veado catingueiro, o caititu, o gato do mato, a onça pintada e muitos outros. Os caititus ou catetos (Tayassu tajacu) são porcos-do-mato que vivem nas áreas de caatinga nativa do Nordeste em grupos de 6 a 12 indivíduos. Em uma área de caatinga do município de Petrolina já foi observado um grupo com 22 caititus. Algumas vezes foi observada uma fêmea com dois filhotes. Na caatinga os caititus andam em trilhas e alimentam-se nas bordaduras. O caititu alimenta-se de frutos e das raízes das plantas da caatinga, principalmente do caroá e da maniçoba e da faveleira. Em um estudo sobre a alimentação destes animais, foi observado que no período chuvoso, o caititu da preferência aos frutos da época e à medida que a seca vai começando, os animais passam a consumir as raízes da maniçoba, da favela e do caroá. Embora estes animais sejam caçados em toda região para consumo da carne e venda da pele, ainda é possível encontrar áreas de caatinga nativa com bandos de caititus. Todavia, há uma pressão  enorme pela carne desses animais entre os habitantes da região e a cada dia surgem notícias de caititus eliminados. No município de Lagoa Grande, PE há grupos de caçadores que sistematicamente abatem esses animais nas poucas áreas de caatinga do Sertão.

As chuvas de abril no Sertão do Nordeste

 As fotos

Nestas fotografias podemos observar a água proveniente do escoamento superficial. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




Os fatos

Do dia 1 até hoje, 11 de abril de 2012 não foi registrada nenhuma precipitação em muitas áreas do Sertão de Pernambuco. A última chuva na região de Petrolina, PE foi no dia 19 de março de 2012, num total de 19,1 mm no dia de São José. Essa chuva reacendeu o ânimo dos agricultores que estavam sofrendo com a irregularidade das chuvas desse ano. Em algumas comunidades as chuvas de 19 de março atingiram volumes de até 137 mm como foi observado no distrito de Cristália (Petrolina, PE). Embora os agricultores do Sertão do Nordeste acreditem que quando chove no dia de São José, o inverno será regular, este ano o que foi plantado no dia do Santo não resistiu à estiagem e as altas temperaturas e o que foi plantado no dia de São José já morreu com o sol escaldante dos últimos dias. O que nos resta é a lembrança das chuvas de abril de 2011 que foram no total de 153,4 mm.

sábado, 7 de abril de 2012

Há anos de muita chuva no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar água nos riachos da caatinga. As fotografias foram obtidas no  município de Petrolina, PE.

 



Os fatos


O Sertão de Pernambuco passa nesse momento por uma seca sem precedentes. As chuvas que ocorreram até esta data não foram suficientes para alterar o cenário que marca as duas estações predominantes na região que é a de chuva e a de seca. O que choveu até hoje, 7 de abril de 2012 foi somente 105,1 mm sendo distribuídos nos meses de fevereiro (84,5) e março (20,6). Essa anomalia não significa que o Sertão é sempre castigado pela falta de chuvas. Há anos de muita chuva em que os rios temporários, riachos e açudes transbordam. O ano de 2009 foi um desses anos de muita chuva na região Nordeste, como podemos observar na fotografia. Neste ano choveu um total de 878,6 mm sendo 90,5 mm no mês de janeiro, 257,1 mm no mês de fevereiro, 114,6 mm no mês de março, 123,7 mm no mês de abril, 48 mm no mês de maio, 19,3 mm no mês de junho. Nos meses de julho, agosto e setembro não houve chuvas, contudo em outubro de 2009 choveu 122 mm. Em novembro não choveu e no mês de dezembro choveu 103,4 mm, totalizando 878,6 mm. E esse total não foi o maior valor observado até agora. Já tivemos 1071,2 mm no ano de 1985 e mais recentemente, 819,4 mm no ano de 2004. Assim, acreditamos que o Sertão vai superar esta seca e outros anos de muita chuva virão.