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quinta-feira, 7 de julho de 2011

A prensagem da massa da mandioca para produção de farinha




A foto

Nesta fotografia podemos observar um agricultor prensando a massa da mandioca para produção de farinha. A fotografia foi obtida no dia 7 de julho de 2011 na Comunidade de Sítio Barreiro no Distrito de Pau Ferro, município de Petrolina, PE.

O fato

Depois que a mandioca é triturada, a massa deve ser prensada para retirada da manipueira ou a água da mandioca. A etapa da prensagem da massa da mandioca obtida do triturador é muito importante para a qualidade da farinha. Antes de ir para prensa, a massa fica armazenada, temporariamente, em um tanque ou algum recipiente. A etapa da prensagem é responsável pela diminuição da umidade da raspa da mandioca. A raspa é colocada na prensa em sacos de ráfia com camadas de aproximadamente, 15 a 20 cm. São colocadas várias formas e com 50 minutos à uma hora de prensa, a raspa já pode ir para o forno. A água extraída da prensagem é rica em amido, contudo, deve-se tomar muito cuidado para que essa água não seja consumida por animais. Quando a massa é retirada da prensa, vai para um depósito onde é peneirada e depois para o forno. Na fotografia podemos ver um agricultor prensando a massa da mandioca para produção de farinha em uma prensa bastante artesanal.

A trituração das raízes da mandioca no Sertão


A foto

Nesta fotografia podemos ver uma agricultora triturando a mandioca para produção de farinha. A fotografia foi obtida no dia 7 de julho de 2011 na Comunidade de Sítio Barreiro no Distrito de Pau Ferro, município de Petrolina, PE.

O fato

No processo de produção da farinha de mandioca, uma etapa fundamental é a trituração das raízes após estas serem raspadas e lavadas. Existem diversos modos de triturar as raízes da mandioca, contudo, os métodos são relativos às condições socioeconômicas dos agricultores e do volume de raízes que vão ser processadas. Quando o volume é pequeno, podem ser utilizadas formas tradicionais como ralador de metal, ralador de tambor, entre outros. Porém, quando o volume é grande a utilização de trituradores elétricos ou mecânicos pode ajudar no rendimento do trabalho. Atualmente, existem vários tipos de trituradores de raízes de mandioca, más no interior do Sertão, ainda é possível encontrar agricultores que ainda utilizam à velha cevadeira. Nesta comunidade os agricultores utilizam pequenos motores elétricos para movimentar um ralador constituido de um cilindro de madeira com lâminas de aço no corte das raízes da mandioca como podemos ver na fotografia. É muito importante a proteção do ralador com uma cobertura de madeira para se evitar acidentes graves.

A raspa da mandioca no Sertão de Pernambuco



A foto

Nesta fotografia podemos ver algumas agricultoras raspando a mandioca para produção de farinha. A fotografia foi obtida no dia 7 de julho de 2011 na Comunidade de Sítio Barreiro no Distrito de Pau Ferro, município de Petrolina, PE.

O fato

A produção da farinha de mandioca (Jatropha manihot) é uma das atividades mais tradicional no interior do Nordeste. A farinha de mandioca é um dos alimentos de maior consumo pelos agricultores do Sertão. Tudo começa com o plantio da mandioca em pedaços que são chamados de manivas. Essas manivas são passadas de geração em geração. Isto é, quando um agricultor consegue um tipo de mandioca que dá uma boa produção, ele a multiplica por muitos anos e distribui manivas com todos os conhecidos. Normalmente a mandioca é plantada em um ano para ser colhida no outro. Existe diversos cultivares de mandioca que são classificadas como mandiocas doces ou de "mesa", também conhecidas como aipim, macaxeira ou mandioca mansa e que são utilizadas para consumo humano e animal e as mandiocas amargas ou mandiocas bravas, utilizadas pelas indústrias. Após a colheita, a raiz da mandioca é transportada da roça para o local onde vai ser processada. Muitos agricultores no Sertão de Pernambuco possuem uma casa de farinha junto a sua residência, outros constroem as casas de farinha nas áreas de produção para facilitar o trabalho. Quando a mandioca chega à casa de farinha é descascada, lavada e ralada, antes do processamento da farinha. Toda a família trabalha na produção de farinha, contudo, existe muito trabalho de mutirão, isto é, os agricultores se reúnem e vão produzindo a farinha de cada família de uma vez. De modo geral, a farinha é produzida em pequenas unidades artesanais de fundo de quintal.

terça-feira, 5 de julho de 2011

As fontes naturais e tradicionais de armazenamento de água de chuva no Sertão




A foto


Nesta fotografia  podemos observar um agricultor coletando água de chuva retida em um caldeirão.  A fotografia foi obtida no dia 16 de abril de 2002 na Comunidade de Ladeira de Baixo no município de Casa Nova, BA.

O fato

No Sertão do Nordeste existem muitas formas tradicionais de armazenamento de água de chuva. As mais conhecidas são os caldeirões, caxios, nascentes e cacimbas. Os caldeirões são buracos feitos pelo intemperismo nas rochas cristalinas que, representam reservatórios excelentes para a água da chuva com a vantagem de não ter perdas por infiltração. Os caldeirões em muitas comunidades são a garantiam de água para os agricultores em períodos de longas estiagens. Os caxios, também são resultantes do intemperismo que transforma a rocha cristalina de forma que essa pode ser escavada manualmente e transformada em um reservatório. Ao contrário dos caldeirões que são depressões naturais que favorecem o armazenamento da água das chuvas. A cacimba é uma área, sempre localizada em leitos dos rios e riachos da região que preservam um grande volume de água no solo. Todavia, esse reservatório requer manutenção constante, no sentido de retirar à areia que vai cindo com a retirada da água. A desvantagem das cacimbas é que, no período de chuvas, as enchentes e enxurradas trás muita areia e provoca seu fechamento, sendo necessário que o agricultor reabra novamente a cacimba.  As nascentes são manifestações superficiais de água armazenada em reservatórios subterrâneos, conhecidos como aquíferos ou lençóis, e que dão origem a pequenos cursos d’água. No interior do Nordeste, as nascentes, normalmente são transformadas em pequenos barreiros que fornecem água para consumo das famílias e dos animais durante todo o ano.

domingo, 3 de julho de 2011

Como podemos criar abelhas e desmatar a caatinga ao mesmo tempo



A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma área de caatinga desmatada para plantação de capim. A fotografia foi obtida no dia 20 de julho de 2010 na comunidade de Bela Vista no município de Paulistana, PI.

O fato

Na caatinga há uma grande diversidade de plantas que são utilizadas pelas abelhas para produção de mel. Entre as espécies mais utilizadas pelas abelhas para coletar pólen e néctar na caatinga, destacam-se: a favela (Cnidoscolus phyllacanthus); o imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda); o amarra cachorro (Bromelia sp.); o angico (Anadenanthera macrocarpa); a aroeira (Astronium urundeuva); o mofumbo (Combretum leprosum); a catingueira (Caesalpinia pyramidalis); o cumaru (Amburana cearensis); a imburana de cambão (Bursera leptophloeos); a jitirana (Ipomaeia acuminata); o juazeiro (Ziziphus joazeiro); a jurema (Acacia bahiensis); a malva (Sida sp.); a maniçoba (Manihot glaziovii); o mussambê (Cleome spinosa), o marmeleiro (Croton sonderianus), entre outras. Cada uma dessas espécies apresenta características distintas quanto a suas potencialidades em termos de oferta de pólen e néctar para as mais de 30 espécies de abelhas endêmicas da caatinga. Entretanto, muitos agricultores que criam abelhas no Sertão do Nordeste, não são conhecedores destas potencialidades e muitas vezes eliminam parte da vegetação, mesmo tendo em seus criatórios de abelhas, parte significativa da renda familiar. Na fotografia podemos ver uma colméia no final da área desmatada. Nesta propriedade, o agricultor perdeu nos últimos 5 anos mais de 20 colméias que abandonaram a área. Será que não foi pelo desmatamento!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

As perdas de água e solo na caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar uma parcela para o estudo das perdas de água e solo na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 15 de maio de 2011 na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Diversos estudos climatológicos atestam que no Nordeste semiárido é registrada uma precipitação pluviométrica anual, em torno de 700 bilhões de m³. Contudo, 642 bilhões e 600 milhões de m³ são consumidos pela evapotranspiração e 36 bilhões ou 5,1%, perde-se por escoamento superficial para os rios, e destes para o mar. Com o objetivo de estudar as perdas de solo e água na caatinga, realizamos uma pesquisa com diferentes tratamentos. Os tratamentos resultaram de diferentes sistemas de cobertura do solo, sendo: T 1 (Solo descoberto); T 2 (Solo com cobertura vegetal morta); T 3 (Solo com cobertura vegetal verde); e T 4 (Área com vegetação nativa de caatinga). A cobertura vegetal verde utilizada no tratamento 3 foi composta com o capim corrente (Urochloa mosambicensis (Hack.) de vegetação espontânea na área do experimento. No tratamento 2 distribuiu-se o feno do capim corrente uniformemente sobre a superfície com uma espessura de 5 cm na proporção de 35t/ha. As parcelas experimentais foram delimitadas com dimensões de 10 x 5 m com a maior proporção no sentido do declive do solo, estimado em 0,5%. O escoamento foi coletado em três caixas com capacidade para 1m³ cada, colocadas a jusante da soleira de cada parcela abaixo do nível da área de captação. Após as precipitações, foi medida a água de cada parcela coletada nas caixas e colocada em outros recipientes para repouso por 24 horas para sedimentação por gravidade dos materiais em suspensão na água. Posteriormente, foi succionado o máximo possível da água de cada recipiente. O solo coletado foi levado à estufa (105 º C por 24 horas) e posteriormente determinado o seu peso seco.  No mês de abril foram registrados dez eventos de precipitação, sendo os de maiores volumes no dias 10, 17 e 24. No dia 10, a precipitação de 61 mm, produziu um escoamento superficial de 502,4 m3 ha-1 no tratamento 1 (Solo descoberto). Neste tratamento as perdas de solo foram na ordem de 4,506 t ha-1. No tratamento 2 (Cobertura morta) e tratamento 3 (Cobertura verde), as perdas de água foram na ordem de 3,50 e 3,96 m3 ha-1, respectivamente. Por outro lado, as perdas de solo  não foram significativas. No tratamento 4 (Área com vegetação nativa de caatinga), o escoamento superficial provocou a perda de 37,2 m3 ha-1 de água e 0,0516 t ha-1 de solo.