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sábado, 14 de agosto de 2010

Água de caldeirão no sertão da Bahia




A foto


Nesta fotografia  podemos observar agricultores construindo paredes com pedras em um lajedo para retenção de água de chuva.  A fotografia foi obtida no dia 6 de agosto de 2009 na Comunidade de Conceição no município de Jaguarari, BA.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, os agricultores fazem tudo que é possível para coletar e armazenar água de chuva com o objetivo de minimizar os efeitos das secas na região. Entre as alternativas utilizadas temos a cisterna, o barreiro, a cacimba, o caxio, o caldeirão, entre outros. Em muitas comunidades os agricultores aproveitam a água armazenada nos lajedos da região. Esses reservatórios são denominados de caldeirões. Nos caldeirões não há perda de água por infiltração, apenas por evaporação. De modo geral essa água é utilizada para o consumo dos animais e outros afazeres da família, contudo, se houver uma boa proteção dos caldeirões essa água pode ser consumida depois de coada, fervida e filtrada. Procurando aumentar a oferta de água destas fontes, os agricultores fazem o barramento nos lajedos para armazenar um maior volume de água.

Água de cisterna para os animais na caatinga



A foto


Nesta fotografia  podemos observar uma cisterna construída para coletar água do telhado de um aprisco.  A fotografia foi obtida no dia 18 de outubro de 2007 na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

Tradicionalmente a cisterna rural foi desenvolvida com a concepção de armazenar a água da chuva captada no telhado das residências rurais para o consumo da família. Recentemente teve o início o Programa P1 + 2, onde uma parte da água armazenada pode suprir a necessidade de consumo da família e a outra pode ser utilizada para produção de alimentos ou consumo dos animais. Para isso, é necessário que a família tenha uma cisterna exclusiva para o consumo familiar e outra para o consumo dos animais. A idéia é aproveitar os telhados dos apriscos onde se perde um grande volume de água de chuva. Assim, o agricultor poderá ofertar água para os animais na época mais crítica da seca. De modo geral, os animais consomem água dos barreiros e açudes, contudo em anos de irregularidade climática, esses reservatórios armazenam pouca água, além da perda por infiltração e evaporação. Com a cisterna essas perdas são atenuadas.

domingo, 8 de agosto de 2010

A cisterna abandonada na caatinga do sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma residência que foi abandonada na caatinga com uma cisterna. A fotografia foi obtida no dia 7 de maio de 2003 na comunidade de Volta do Riacho no distrito de Cruz de Salinas, município de Petrolina, PE.

O fato

A construção de cisternas nas comunidades da região semiárida do Nordeste tem contribuindo de forma significativa para resolver em partes o problema da falta de água na região, porém há necessidade de um questionamento na hora de se decidir se aquela determinada família necessita realmente de uma cisterna. Em várias comunidades, muitas famílias deixam suas residências por motivos diversos e vai morar nas cidades, ficando as casas abandonadas com as cisternas. Por outro lado, ainda há muitas casas na caatinga sem cisternas, por isso que deveria ser questionada a permanência da família no campo antes da construção, pois, construir uma cisterna na casa de uma família que esta esperando uma oportunidade para morar na cidade é um desperdício de recursos e priva outros agricultores da utilização da cisterna.

A seca e os animais na caatinga





A foto

Nesta foto, podemos observar um rebanho de caprinos na caatinga seca. A fotografia foi obtida no dia 20 de setembro de 2001 na caatinga da comunidade de Budim no município de Petrolina, PE.

O fato

A vida dos pequenos agricultores na caatinga não é muita fácil nos períodos de seca, principalmente para os criadores de caprinos e ovinos. Nos anos de seca, a vegetação da caatinga não é suficiente para sustentação dos animais. Embora alguns agricultores tenham feito o desmatamento de parte de suas propriedades para o plantio de capim buffel, no período da seca, está pastagem não suporta o pastejo dos animais, quando é a única alternativa. No ano de 2001, a situação foi grave para os criadores de caprinos e ovinos. Muitos agricultores só conseguiram salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas da caatinga, principalmente pelo uso do mandacaru. Na fotografia podemos ver que o rebanho do agricultor não é pequeno, fato que dificulta a criação na seca onde as exigências por água e alimentos são maiores. Falta orientação para os agricultores da verdadeira capacidade de suporte de suas áreas e um planejamento do rebanho, tais como, vender parte dos animais ainda no período de chuvas e controlar melhor o uso da caatinga com a formação de piquetes onde os animais podem aproveitar racionalmente as plantas da caatinga, principalmente com a adoção de algumas técnicas como o raleamento da caatinga e a formação de
bancos de proteína com gliricídia, leucena, gandu, etc.

Água de chuva de estradas e caminhos para os animais



A foto

Nesta fotografia podemos observar a captação de água de estrada para uma cisterna. A fotografia foi obtida no dia 31 de janeiro de 2008 na Estação Experimental da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.

O fato

A tecnologia de captação de água de estradas e caminhos foi adaptada pela Embrapa Semiárido para região Nordeste no início dos anos 80, contudo, esta alternativa não foi muito utilizada pelos agricultores da região, visto que, foi pouco difundida pelos órgãos de extensão rural da época. Por outro lado, o aproveitamento das águas de estradas e caminhos torna possível o aproveitamento de um grande volume de água de chuva que se perde anualmente por escoamento superficial. Uma das alternativas para utilização desta água é seu armazenamento em cisternas, visando o consumo de animais ou a produção de frutas e hortaliças. Na fotografia podemos ver  o barramento da estrada para captação. A técnica consiste do barramento da estrada e a formação de um filtro de pedra e areia para que a água entre na cisterna com uma menor quantidade de solo e impurezas. Uma vez ao ano, o solo depositado na cisterna é retirado. Com esta alternativa, um volume considerável de água pode ser armazenado e o criador não vai enfrentar dificuldade para matar a sede de seus animais na seca.

O consumo de água de barreiro pelos animais



A foto

Nesta fotografia podemos observar um rebanho de bovinos as margens de um barreiro. A fotografia foi obtida no dia 25 de maio de 2000 no município de Mundo Novo, BA.

O fato

Nos anos de seca no Nordeste semiárido, a maior dificuldade dos criadores é o fornecimento de água para os animais. Existem muitas alternativas para a captação e o armazenamento de água das chuvas, contudo, o tradicional barreiro ainda é a mais utilizada. O problema é que em muitos casos os barreiros são construídos em locais inadequados, isto é, ou não tem área de captação ou o solo favorece a infiltração de um grande volume de água. Embora existam perdas consideráveis com a evaporação, a maior perada de água nos barreiros ainda é a infiltração. Em anos de pouca chuva, o volume armazenado nos barreiros não é suficiente para manter os animais durante os meses de seca, o que gera muita dificuldade para os criadores. Como podemos ver na fotografia, os animais bebem água e ficam as margens do barreiro, pois a vegetação do entorno já foi parcialmente degradada e praticamente não há mais pastagem para os mesmos.

sábado, 7 de agosto de 2010

A perda de água de chuva na caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar o volume de água de um riacho temporário da caatinga no momento de uma cheia. A fotografia foi obtida no dia 11 de abril de 2009 no município de Petrolina, PE.

O fato

Se analisarmos a série histórica da ocorrência de chuvas na caatinga do município de  Petrolina, PE de 1982 a 2010, podemos observar que as chuvas não apresentam grandes anormalidades em termos de volume, embora tenha ocorrido uma precipitação de 1.071,2 mm em 1985, o maior volume registrado na série, temos o ano de 1993 com 144,7 mm, sendo o ano de menor precipitação. Contudo, se levarmos em consideração todo o período, a média é de 531,4 mm o que pode ser considerando muito bom em termos de região semiárida. Por outro lado, ano a ano as secas se repetem na região, isto, em grande parte não pela falta de chuvas, más basicamente pela falta de estrutura para armazenarmos toda á água das chuvas que cai na região. Embora existam mais de 70 mil açudes no Nordeste semiárido que armazenam aproximadamente 30 bilhões de m³ de água, ainda perdemos muito água de chuvas nas enchentes dos rios e riachos temporários da caatinga.

A importância da vegetação da caatinga na alimentação dos animais na seca




A foto

Nesta foto, podemos observar um caprino consumindo partes do facheiro na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 19 de dezembro de 2001 na caatinga do município de Petrolina, PE no período de seca.

O fato

No ano de 2001 foram registrados 340,9 mm na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE. Embora esse total seja um volume considerado regular para as condições do semiárido nordestino, o grande problema é a distribuição da chuva no tempo e no espaço. Neste ano, choveu 210,6 mm só no mês de março o que corresponde a 61,77% do total das chuvas do ano. O restante foi distribuído nos demais meses. Com essa distribuição, a produção de milho, feijão, etc. foi severamente afetada. Outro problema grave foi à formação de pastagem para os animais na caatinga. As chuvas não foram suficientes para formar pasto para os animais no período de seca que se agravou de julho a novembro de 2001. Essa situação foi mais grave para os criadores de caprinos e ovinos que tem como base de sustentação de seus rebanhos a vegetação da caatinga. Muitos agricultores só conseguiram salvar partes dos rebanhos com a utilização das cactáceas, entre elas, o mandacaru (Cereus jamacaru P.DC.), o facheiro (Pilosocereus pachycladus F. RITTER), o xiquexique (Pilosocereus gounellei K. Schum) e a coroa-de-frande (Melocactus bahiensis Britton & Rose). Todavia, a ocorrência de secas severas como esta pode contribuir para utilização excessiva destas plantas o que poderá levá-las a extinção num futuro próximo.

domingo, 1 de agosto de 2010

O ninho do cancão na caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos observar um cancão no ninho. A fotografia foi obtida em uma área de caatinga nativa da Estação Experimental da Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.

O fato

O cancão é uma ave da ordem Ciconiiformes, família Falconidae, pertencente ao género Daptrius. Na caatinga do Nordeste, o cancão é o principal observador, nada passa despercebido deste pássaro na caatinga. Quando alguma coisa estranha ocorre, este pássaro é o primeiro que da o sinal e chama atenção dos demais animais. É onívoro. O cancão alimenta-se de quase tudo que encontra na caatinga, más da preferência a ovos de outros pássaros e larvas de insetos encontradas em ocos e em baixo das folhas que caem ao chão. Na caatinga, este pássaro é o principal consumidor dos frutos das cactáceas, tais como, mandacaru, xiquexique e facheiro. O cancão também conhecida como a Gralha da caatinga, pela semelhança com a gralha que dispersa sementes de pinheiros no sul do Brasil. O cancão normalmente vive em bandos de 3 a 5 pássaros. Para fazer o ninho, o cancão recolhe pequenos gravetos no chão da caatinga e levar para uma árvore alta onde faz o ninho. Normalmente, põe três ovos que geram filhotes aproximadamente aos 20 a 28 dias. Quando os filhotes nascem, há uma intensa disputa por alimento e sempre sobrevivem apenas dois.

O calango da caatinga nordestina



A foto

Nesta fotografia, podemos ver um calango próximo a frutos do imbuzeiro, caídos ao chão. A fotografia foi obtida no dia 14 de maio de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Entre os pequenos répteis da caatinga, o calango (Cnemidophorus ocllifer) é um dos que se destaca por ser encontrado com mais facilidade. Este animal é de ampla distribuição geográfica, sendo encontrados na Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil. No Brasil é encontrado, principalmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. É um animal de preferência por áreas abertas e bastante ensolaradas, com vegetação rala, como ocorre na caatinga. Sua dieta é basicamente composta de artrópodes, como pequenos grilos, gafanhotos, cupins, formigas, aranhas e larvas de insetos. Na caatinga, o calango é um grande consumidor de larvas de insetos dos frutos do imbuzeiro caídos ao chão.