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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Na seca, toda água é boa!


As fotos

Nestas fotografias podemos observar a coleta de água pelos agricultores na caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Dormentes e Petrolina, PE.







O fato

Nos meses de agosto a dezembro a seca é uma realidade na região semi-árida do Nordeste. Os pequenos agricultores são os que mais sofrem com a falta de água. O fornecimento de água por carros pipas, não atende todas as comunidades e quando ocorre, em muitas residências não é suficiente para todas as necessidades das famílias. Assim, muitos agricultores recorrem as fontes de água existentes em suas comunidades como barragens, barreiros e poços, contudo, na maior parte destas fontes, a água é imprópria para o consumo humano e muitas vezes para o consumo animal.

O escoamento superficial na caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos observar o escoamento superficial após uma chuva. A fotografia foi obtida no dia 9 de fevereiro de 2004 na área de Caatinga da Embrapa Semi-Árido no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semi-árida do Nordeste, a falta de água no período de seca é uma das principais calamidades da região, contudo, a água das chuvas não é aproveitada em sua totalidade. Muita água é perdida por escoamento superficial, principalmente nas estradas que cortam os sertões . Embora já existam algumas tecnologias disponíveis para os agricultores da região aproveitarem o máximo da água de chuva, tais como, a água de estradas e caminhos, muita água ainda é perdida por escoamento superficial. As chuvas que caem na região semi-árida do Nordeste apresentam uma variação de 350 a 500 mm por ano, concentradas em 3 a 4 meses, porém se essa água fosse aproveitada de todas as formas possíveis, talvez não tivéssemos todos os anos a calamidade da seca.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A contaminação de doce em massa do fruto do imbuzeiro



A foto

Nesta foto podemos observar um pote com doce em massa do fruto do imbuzeiro contaminado por fungos, bolores e leveduras. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-Árido, Petrolina, PE em 5 de setembro de 2009.


O fato

A colheita do fruto do imbuzeiro para produção de doce em massa é feita de forma manual, onde os frutos são colhidos pelos agricultores e colocados diretamente em sacos ou caixas plásticas, mas independente do tipo de colheita, podem ocorrer danos físicos aos frutos, tais como rachaduras, amassamento, quebra ou formação de fissuras. Neste momento, além da integridade física do fruto ser modificada, ocorre também alterações químicas e microbiológicas prejudiciais aos alimentos processados com esses frutos. A quebra, as rachaduras e as fissuras abrem a porta de entrada para contaminações. Os métodos de processamento e conservação de alimentos podem agir na parte microbiológica, retardando o processo de proliferação dos microorganismos. Assim, as boas práticas de processamento devem ser observadas para que esses produtos atendam as exigências para os limites máximos microbiológicos permitidos para doces em massa de Unidades Formadoras de Colônias de bolores e leveduras (Ufc/g) e do Número Mais Provável de Coliformes Fecais (NMP/g, os quais são: bolores e leveduras, máximo de 5 x 10³ UFC/g; Coliformes fecais: máximo de <1>e Salmonella: ausente em 25 g.





Polpa de imbu armazenada em temperatura ambiente

A foto

Nesta foto podemos observar o armazenamento de polpa de imbu em temperatura ambiente. A fotografia foi obtida na comunidade de Várzea Comprida no município de Queimadas, BA em outubro de 2009.

O fato

A safra do imbuzeiro ocorre na maioria dos estados do Nordeste nos meses de janeiro, fevereiro e março. Todavia, para os agricultores aproveitarem os frutos neste curto período, uma das alternativas é armazenar a polpa de imbu no maior volume possível para processá-la posteriormente. O ideal seria armazenar a polpa sob refrigeração, contudo em muitas comunidades não existe energia elétrica e quando há os agricultores não dispõe de freezer ou câmara fria para o armazenamento. O armazenamento da polpa do fruto do imbuzeiro em temperatura ambiente é uma alternativa, contudo, há necessidade de cuidados rigorosos neste procedimento. Nas comunidades onde os agricultores processam o fruto do imbuzeiro, já existe muita polpa armazenada em temperatura ambiente. Na comunidade de Várzea Comprida, os agricultores estão utilizando garrafas de vidro com tampa plástica parta armazenarem a polpa em temperatura ambiente.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As chuvas de outubro na caatinga

A foto


Nesta fotografia podemos observar nuvens de chuva na caatinga. A fotografia foi obtida em 13 de outubro de 2009 no Campo Experimental da Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE.

O fato


No ano de 2008, as primeiras chuvas de verão na caatinga, ocorreram somente no mês de dezembro. No dia 2 de dezembro deste ano, choveu um total de 65 mm. Em 2009, esse padrão foi alterado com ocorrência de chuvas nos dias, 10, 11, 12 e 13 de outubro. Na comunidade de Baixa dos Bezerras, município de Petrolina, PE, foram registrados 65 mm no dia 10, 12 mm no dia 11 e 7 mm no dia 12, no total de 84 mm. Essas chuvas vieram aliviar o sofrimento de muitos agricultores que já estavam enfrentando dificuldades para alimentar seus animais, principalmente com a oferta de água que estava sendo suprida em muitas comunidades por carros-pipas. Embora essas chuvas pareçam raras, registros de anos anteriores demonstram que o mês de outubro pode trazer surpresas para a região. Em outubro de 1987 foi registrado um total de 54,6 mm no Campo Experimental da Caatinga. No ano de 1997 o total de chuvas neste mesmo local foi de 62,4 mm. Em 27 anos de observações, a média de precipitação é de 6,7 mm. Com essas chuvas, alguns agricultores iniciam o plantio de milho e feijão. Como são as primeiras chuvas, há um risco muito grande de que o agricultor perca suas sementes. Contudo, para aqueles que acreditaram, as chuvas de novembro e dezembro poderão salvar a lavoura.




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O caititu da caatinga nordestina


A foto

Nesta foto se pode observar um caititu. A fotografia foi obtida no dia 30 de junho de 2003 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

Os caititus ou catetos (Tayassu tajacu) são porcos-do-mato que vivem nas áreas de caatinga nativa do Nordeste em grupos de 6 a 12 indivíduos. Em uma área de caatinga do município de Petrolina já foi observado um grupo com 22 caititus. Algumas vezes foi observada uma fêmea com dois filhotes. Na caatinga os caititus andam em trilhas e alimentam-se nas bordaduras. O caititu alimenta-se de frutos e das raízes das plantas da caatinga, principalmente do caroá e da maniçoba e da faveleira. Em um estudo sobre a alimentação destes animais, foi observado que no período chuvoso, o caititu da preferência aos frutos da época e a medida que a seca vai começando, os animais passam a consumir as raízes da maniçoba, da favela e do caroá. Embora estes animais sejam caçados em toda região para consumo da carne e venda da pele, ainda é possível encontrar áreas de caatinga nativa com bandos de caititus.