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segunda-feira, 28 de maio de 2007

Conservação da polpa de imbu em temperatura ambiente

A foto

Nesta foto podemos observar o armazenamento de polpa de imbu em temperatura ambiente. A fotografia foi obtida na comunidade de Ladeira de Baixo no município de Casa Nova, BA em fevereiro de 2004.

O fato

A safra do imbuzeiro nas comunidades do semi-árido do Nordeste ocorre de modo geral, nos meses de janeiro, fevereiro e março. Todavia, para os agricultores aproveitarem os frutos neste curto período, uma das alternativas é armazenar a polpa de imbu no maior volume possível para processá-la posteriormente. O ideal seria armazenar a polpa sob refrigeração, contudo em muitas comunidades não existe energia elétrica e quando há os agricultores não dispõe de freezer para o armazenamento, como também, este modo elevaria os custos de produção. Assim, buscando-se uma forma alternativa, desenvolvemos várias pesquisas que tinham como objetivo, processar e armazenar a polpa do fruto do imbuzeiro em temperatura ambiente. Tomamos como base alguns trabalhos já feitos por grandes indústrias de processamento de frutas, contudo, nestas indústrias, a polpa armazenada em temperatura ambiente recebe conservante. Como os agricultores extrativistas do fruto do imbuzeiro não estão ainda aptos para a manipulação de alimentos com conservantes, procuramos realizar testes para conservação da polpa pelo maior tempo possível. Os resultados das pesquisas foram satisfatórios e hoje, a maioria das comunidades que processam o fruto do imbuzeiro, já armazenam polpa em temperatura ambiente.

domingo, 27 de maio de 2007

O consórcio das cactáceas com o capim buffel I



A foto

Nesta foto podemos observar uma área de pastagem com capim e mandacaru. A fotografia foi obtida na área de caatinga da Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em agosto de 2005.

O fato

No período de seca que ocorre na região semi-árida do Nordeste, os agricultores têm muita dificuldade para alimentar seus rebanhos. A principal gramínea utilizada pelos agricultores é o capim buffel, todavia, na seca os teores de proteína são muito baixos em relação às necessidades dos animais. Assim, estamos realizando pesquisas onde fizemos a consorciação do capim buffel com o mandacaru. Embora o crescimento do mandacaru seja um pouco lento comparado com o do capim, aos dois anos, esta cactácea pode contribuir com teores de proteína que atendem as necessidades dos animais na seca. Nas análises foi observado que o mandacaru apresentava os seguintes teores de matéria seca-13,92%; Proteína bruta –7,89%; Fibra bruta-14,56%; FDN – 50,49%; FDA – 42,82%; DIVMS-76,44%.

O crescimento das cactáceas no semi-árido II


A foto

Nesta foto podemos observar o crescimento das cactáceas com um ano de idade. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-árido em Petrolina, PE e outubro de 2004.

O fato

Diversos estudos têm demonstrado a capacidade de sobrevivência das cactáceas às irregularidades climáticas que ocorrem na região semi-árida do Nordeste. Esta capacidade ocorre, principalmente pelo fato destas plantas, desprovida de folhas, apresentarem mecanismos que regulam a perda de água em função da temperatura ambiente. Nas cactáceas, todo seu caule funciona como área de captação de umidade do ar pelos estômatos, o contrário das plantas comuns que só absorvem água pelas folhas ou raízes. Outro fator de grande importância é tamanho do sistema radicular das cactáceas. Em plantas adultas de mandacaru, já encontramos raízes com até 6,57 metros de comprimento horizontal. Assim, as cactáceas conseguem absorver uma maior quantidade de água, mesmo nas áreas de ocorrência de pouca chuva.

O crescimento das cactáceas no semi-árido I



A foto

Nesta foto podemos observar um experimento com objetivo de estudar o desenvolvimento das cactáceas. A fotografia foi obtida na Embrapa Semi-árido em Petrolina, PE e setembro de 2004.

O fato

As cactáceas são encontradas de forma geral nas áreas mais secas do Nordeste semi-árido. Por isso, sua presença foi associada a pouca ocorrência de chuvas e solos degradados. Todavia, em diversas pesquisas que realizamos nos últimos anos com o mandacaru, o xiquexique, o facheiro e a coroa-de-frade, descobrimos que estas plantas respondem muito bem as condições de maior precipitação e a presença de nutrientes no solo, principalmente de matéria orgânica. Em experimentos com diferentes substratos, tais como, areia, solo, areia + solo, areia + esterco, solo + esterco e areia + solo + esterco em proporções iguais, foi obtido maior crescimento neste último, devido a combinação dos substratos. Por outro lado, quando combinamos este substrato com um volume maior de água. O crescimento foi duplicado.

sábado, 19 de maio de 2007

As águas das chuvas no sertão II.


A foto

Nesta foto podemos observar uma lagoa totalmente seca. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE em outubro de 2005.

O fato

Embora no ano anterior esta lagoa tenha alcançado seu limite máximo com as chuvas de janeiro e fevereiro de 2004, pouca ou nenhuma água restou no ano seguinte. Agora só resta a água salobra obtida pelo velho cata-vento. Esta é uma das realidades do sertão nordestino, um ano chove muito e no outro falta água. Uma realidade que a maioria dos pequenos agricultores da região ainda não conseguiram adaptar-se, visto que, pouco ou quase nada é investido pelos agricultores para o acumulo de água nas propriedades. É evidente que o poder aquisitivo dos agricultores que dependem da agricultura de sequeiro e da criação de animais na caatinga não possibilita um excedente de recursos para obras de captação e retenção de água das chuvas, porém, pode-se fazer um pouco. Não podemos continuar esperando que os políticos venham construir nossas cisternas e nossos barreiros, como sempre.

As águas das chuvas no sertão I



A foto

Nesta foto podemos observar uma lagoa na com muita água no período de chuvas. A fotografia foi obtida na comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE em fevereiro de 2004.

O fato

No período de janeiro e fevereiro de 2004, as chuvas que caíram no sertão nordestino foram surpreendentemente muito acima do normal. Ficou água acumulada em todo o local que favorecesse a retenção do escoamento da água das chuvas. A média da precipitação da comunidade de Lagoa dos Cavalos nos últimos 5 anos foi de 365,8 mm . Contudo, choveu mais de 750 mm nos meses de janeiro e fevereiro de 2004. Este volume foi suficiente para que neste ano não faltasse água para o consumo humano e animal nas comunidades. Todavia, como as chuvas se concentraram em um período muito curto, não foi bom para agricultura, pois depois de fevereiro não houve mais precipitação significativa e nada resistiu à seca.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Os riachos temporários do semi-árido II



A foto

Nesta foto podemos observar um riacho temporário da região semi-árida do Nordeste no período de seca. A fotografia foi obtida na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE em agosto de 2004.

O fato

Quanta água passou neste riacho no mês de fevereiro deste ano. Agora, a imagem é desoladora, um riacho seco sem esperanças. A água que escoa em um período muito curto, pode ser armazenada em um açude, barreiro ou barragem e no decorre do ano, quando a caatinga estivesse enfrentando a seca, ser utilizada para o consumo humano e dos animais, como também para o cultivo de pequenas hortas nas comunidades da região. Contudo, esta imagem será novamente de esplendor e alegria para os habitantes da comunidade, quando novas chuvas ocorrerem e este riacho voltar a ter vida.

Os riachos temporários do semi-árido I



A foto

Nesta foto podemos observar um riacho temporário da região semi-árida do Nordeste no período de enchente. A fotografia foi obtida na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE em fevereiro de 2004.

O fato

A água que escoa nos riachos e rios temporários do Nordeste no período de chuvas faz uma grande falta para o consumo humano e dos animais nas comunidades da região na época da seca. Na época das chuvas no semi-árido, o volume de água nos riachos e rios temporários é surpreendente. Embora, uma pequena parte fique retida nos açudes e barreiros, muita água escoa para os rios permanentes e destes para o oceano. É um belo espetáculo ver um pequeno rio ou riacho com suas águas correndo na caatinga no período chuvoso.

A cisterna dos sonhos I


A foto

Nesta foto podemos observar uma cisterna sendo utilizada para armazenar água de chuva para duas casas. A fotografia foi obtida na comunidade de Maniçoba no município de Juazeiro, BA em maio de 2007.

O fato

A falta de água para o consumo humano nas comunidades rurais da região semi-árida do Nordeste é um dilema que parece não ter solução. Todavia, nos últimos anos, a construção de cisternas tem contribuído de forma significativa para redução deste problema. Por outro lado, em alguns casos, a cisterna traz mais problemas do que solução como vemos nesta foto. Porque não uma cisterna para cada família? Como será o controle do consumo? Se as famílias não possuem o mesmo número de pessoas, como fica a distribuição da água? Porém, acreditamos que a construção de cisternas para o atendimento de diferentes famílias pode ter sido um critério político para não desagradar ninguém.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

A venda de imbu nas ruas


A foto

Nesta foto, podemos observar a venda de frutos do imbuzeiro nas ruas dos centros urbanos. A fotografia foi obtida no centro comercial de Petrolina, PE em fevereiro de 2005.


O fato

A comercialização do fruto do imbuzeiro nos grandes centros urbanos da região semi-árida do Nordeste é um dos principais negócios dos pequenos agricultores e comerciantes ambulantes. Os agricultores transportam os frutos de suas comunidades até as cidades mais próximas e conseguem vender os frutos por um preço de 5 a 8 vezes o valor obtido quando os frutos são vendidos para os atravessadores nas comunidades. Na safra de 2007, o saco de imbu com 60 kg foi vendido por R$ 15,00 nas comunidades de Juazeiro, BA e os agricultores que venderam nas ruas de Juazeiro e Petrolina, PE, obtiveram até R$ 60,00 por saco. Para os vendedores ambulantes, eles compraram o saco de imbu por R$ 25,00 e venderam por 50 a 60 reais.