Busca no Blog

domingo, 6 de maio de 2007

Alternativa para captação de água da chuva

A foto

Nesta foto, podemos observar uma cisterna com área de captação em uma lona de plástico. A fotografia foi obtida na comunidade de Barreiros no município de Petrolina, PE em janeiro de 2005.

O fato

A captação e o armazenamento de água de chuva na região semi-árida do Nordeste tem sido um fator de limitação para muitos agricultores. Estas limitações são principalmente de ordem financeira, pois a maioria dos pequenos agricultores não dispõe de recursos para construção ou reparação do telhado de suas residências ou para construção de cisternas. Assim, facilmente encontramos diversas formas utilizadas pelos agricultores para captar e armazenar água de chuva. Na fotografia podemos ver uma cisterna com sua área de captação em uma lona plástica. Embora, o custo do plástico adequado para este fim seja muito alto, os agricultores podem adquirir lonas plásticas mais baratas e reutilizadas depois do período chuvoso para outra atividade. A vantagem desta cobertura é o aproveitamento máximo da água que cai sobre a mesma.

sábado, 5 de maio de 2007

Uma casa ou uma cisterna?




A foto



Nesta foto podemos observar uma residência na caatinga com um buraco aberto para construção de uma cisterna. A fotografia foi obtida na comunidade de Fazenda Baltazar no município de Petrolina, PE em setembro de 2003.



O fato




A construção de cisternas nas comunidades da região semi-árida do Nordeste tem contribuindo de forma significativa para resolver em partes o problema da falta de água na região. Contudo, muitas famílias ainda esperam pelas cisternas, visto que em algumas comunidades a determinação de que tem direito a cisterna ainda é política e para muitos o sonho do aproveitamento e armazenamento da água da chuva continua um sonho distante. De modo geral, os agricultores preparam o local da construção, abrindo o buraco da cisterna e ficam esperando a boa vontade dos políticos dos municípios. Nesta residência, este buraco já estava com dois anos aberto. Pelo que se pode observar as condições desta residência não vão contribuir para o aproveitamento máximo da água da chuva. Esta família necessita de uma casa ou de uma cisterna?

Água e cisterna na caatinga


A foto


Nesta foto podemos observar uma residência na caatinga no momento de uma chuva. Pode-se observar que o tubo de conexão do telhado com a cisterna esta faltando uma parte e toda água sendo desperdiçada, enquanto o agricultor olha da janela. A fotografia foi obtida na comunidade de Varginha no município de Petrolina, PE em janeiro de 2004.

O fato


O problema da falta de água na região semi-árida do Nordeste é muito explorado como uma grande calamidade, todavia, existem muitas razões que estão fora do foco das discussões que é o comportamento do homem da caatinga. Sabemos que embora as chuvas que caem na região sejam poucas, normalmente a quantidade de água é significativa se aproveitada em sua totalidade. Buscando soluções para este problema, muitas alternativas tem sido implementadas com destaque para a construção de cisternas rurais. Porém, sem uma conscientização das pessoas que vão usufruir destas cisternas, elas não resolveram o problema da falta de água no Sertão. Cisternas mal dimensionadas, telhados com problemas na cobertura, residências com telhados pequenos e a falta de disposição de muitos agricultores, tem contribuído para a falta de água no período de estiagem que tanto afeta os agricultores do sertão nordestino.

O facheiro na caatinga


As fotos


Nestas fotografias podemos observar uma área de caatinga com predominância do facheiro. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE.







Os fatos


O facheiro é da Família das Cactaceaes, do Gênero: Pilosocereus e da Espécie: Pilosocereus pachycladus. É uma planta arbustiva de ampla distribuição em toda região semi-árida do Nordeste. Seu porte apresenta variação de 1,5 a 6,72 m de altura, com copa medindo de 1,3 a 4,8 m de diâmetro. Seus frutos são bagas arredondadas e achatadas de cor vermelho-escuro com 4,5 a 6,3 cm de comprimento, pesando entre 24 a 63g. Os frutos do facheiro são bastante consumidos por animais silvestres, principalmente pelos pássaros. O facheiro desenvolve-se bem em áreas de solos degradados e de ocorrência de poucas chuvas. Pode ser uma alternativa para o aproveitamento como espécie de repovoamento de áreas degradadas. A fitomassa verde do facheiro é muito consumida pelos animais na época de seca.

O xiquexique na caatinga

A foto

Nesta foto podemos observar uma área de caatinga com predominância do xiquexique. A fotografia foi obtida na caatinga do município de Petrolina, PE em agosto de 2002.

O fato


O xiquexique é da Família das Cactaceaes, do Gênero: Pilosocereus e da Espécie: Pilosocereus gounellei. É uma planta arbustiva de ampla distribuição em toda região semi-árida do Nordeste. Seu porte apresenta variação de 2,5 a 3,7 m de altura, com copa medindo de 1,5 a 4,5 m. Os frutos são bagas arredondadas, achatadas vermelho-escuro com 5 a 6 cm de comprimento e 6 a 6,5 cm de diâmetro com 25,3 a 97,4 g. Os frutos do xiquexique são bastante consumidos por animais silvestres, principalmente os pássaros. Esta planta tem apresentado um bom desenvolvimento em áreas de solos degradados e de irregularidades na distribuição das chuvas. Assim, pode-se considerar que o xiquexique, como outras cactáceas do semi-árido é uma opção para o repovoamento de áreas onde não mais é possível o cultivo de lavouras tradicionais como milho, feijão, etc. Contudo, o xiquexique ainda possibilita seu aproveitamento na alimentação dos rebanhos e na culinária com alguns doces e geléias.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

O corte e queima do mandacaru para alimentação dos caprinos na caatinga


A foto


Nesta foto, podemos observar os agricultores cortando e queimando mandacaru para alimentação dos animais na seca. A fotografia foi obtida no mês de agosto de 2003 na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.


O fato

O mandacaru é uma das plantas da caatinga nordestina de maior utilização pelos agricultores na seca como suplementação alimentar dos animais. No período de seca que ocorre, geralmente nos meses de agosto a janeiro, os pequenos agricultores que tem rebanhos de caprinos e ovinos, cortam o mandacaru, queimam os espinhos e ofertam para os animais. Segundo dados de experimentos realizados em algumas comunidades da Bahia e Pernambuco, os animais que recebem suplementação de mandacaru, conseguem superar o período de seca e em alguns casos, ainda aumentam um pouco de peso. Todavia, os animais que buscam alimentos apenas na caatinga, perdem até 25% do peso e muitos morrem. O mandacaru (Cereus jamacaru P. DC.), pertence a Família: Cactaceae; Gênero: Cereus; Espécie: Cereus jamacaru P. DC. É uma planta arbustiva, ampla distribuição. Porte variando de 2,5 a 12,0 m de altura, copa medindo de 3,5 a 6,5 m de diâmetro. Os frutos são bagas vermelho-vivo com 5 a 15 cm de comprimento e 25 a 37 g. Sua composição é de: Matéria seca (13,92%); Proteína bruta (7,89%); Fibra bruta (14,56%); FDN (50,49%); FDA (42,82%); e DIVMS (76,44%).

O consumo da coroa-de-frade pelos caprinos na caatinga


A foto



Nesta foto, podemos observar um agricultor ofertando coroa-de-frade para os caprinos. A fotografia foi obtida no mês de agosto de 2003 na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.


O fato



No período de seca que ocorre na região semi-árida do Nordeste, os pequenos agricultores enfrentam muitas dificuldades para alimentar seus rebanhos. Em anos de chuvas irregulares, já no mês de agosto os animais não encontram mais comida suficiente para sua sustentação na caatinga. Para agravar esta situação, a falta de água é outro fator de preocupação para os pequenos criadores. Contudo, algumas plantas da caatinga, com destaque para o mandacaru, a coroa-de-frade, o facheiro e o xiquexique, entre outras, são utilizadas de forma regular na suplementação dos animais. A coroa-de-frade (Melocactus bahiensis Britton & Rose), pertence a Família: Cactaceae; Gênero: Melocactus. Espécie: Melocactus bahiensis. É uma planta de caule globoso, cônico de ampla distribuição no semi-árido é muito utilizada pelos agricultores. Porte variando de 5,7 a 26,57 cm de altura e diâmetro de 12,5 a 24,5 cm. Frutos são bagas vermelho-claro com 1,6 a 2,5 cm de comprimento e 0,5 a 0,8 cm de diâmetro com peso de 0,52 a 1,23 g. Esta cactácea contém bastante água e uma porção significativa de proteína que contribui na alimentação dos animais. Sua composição é de matéria seca (12,41%); proteína bruta (7,69%); fibra bruta (27,23%); FDN (51,27%); FDA (38,59%); e DIVMS (78,42%).

quarta-feira, 2 de maio de 2007

A sobra do mandacaru consumido pelos animais


A foto



Nesta foto, podemos observar o que sobra do mandacaru após o consumo pelos animais. A foto foi obtida na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE em outubro de 2004.

O fato



O mandacaru é cortado pelos agricultores e queimado para retirada dos espinhos. Após este procedimento é ofertado livremente aos animais. Os animais consomem a parte tenra do mandacaru deixando como sobra a parte lenhosa. Quando a planta é nova, o consumo é bem maior, todavia, em plantas mais velhas, onde o caule é mais fibroso, há uma sobra considerável do mandacaru. Alguns agricultores que dispõem de máquina forrageira, trituram o mandacaru e aproveitam totalmente. Contudo, a melhor forma de evitar os espinhos é a queima ou sua retirada com faca, pois, mesmo triturado, os espinhos podem causar danos aos animais. Em nossas observações, registramos alguns acidentes com animais que consumiram mandacaru triturado sem a retirada ou queima dos espinhos.

A retirada dos espinhos do mandacaru


A foto


Nesta foto, podemos observar um agricultor cortando os espinhos do mandacaru para ser ofertado aos bovinos. A foto foi obtida no município de Riachão do Jacuípe, Bahia em outubro de 2005.


O fato



Tradicionalmente, o mandacaru é queimado para retirada dos espinhos antes de ser ofertado aos animais. A prática da queima do mandacaru é secular na região seca do semi-árido nordestino, contudo a queima tem causado diversos transtornos, tanto para os agricultores, quanto para os animais. Em algumas comunidades do sertão baiano, os agricultores desenvolveram uma técnica de retirar os espinhos do mandacaru sem a queima. Eles utilizam uma faca e cortam de forma superficial a camada dos espinhos. Desta forma, o aproveitamento do mandacaru poder ser feito mais racionalmente e sem danos para os homens e animais.

As ameaças de extinção do mandacaru


As fotos



Nestas fotografias, podemos observar o corte do mandacaru para alimentar os animais na seca. As fotos foram obtidas no município de Petrolina, PE.






Os fatos


Embora o mandacaru seja uma das cactáceas mais utilizadas pelos agricultores para alimentação de seus rebanhos em períodos de seca, esta planta não apresenta condições de sustentação para grandes animais, tipo bovino. O mandacaru é uma alternativa utilizada para suplementação de pequenos rebanhos de caprinos e ovinos na caatinga seca, animais com pouca exigência alimentar que consome um volume bem menor do que um bovino de 150 a 200 kg de peso vivo. A utilização do mandacaru para este fim, pode contribuir de forma positiva para sua extinção. No município de Riachão do Jacuípe, observamos em levantamentos realizados no período de 1996 a 2006 que a densidade do mandacaru foi reduzida em mais de 75%. No período de observação, não foi registrada nenhuma atividade de plantio do mandacaru por parte dos agricultores, contudo, observou-se um ligeiro aumento nos rebanhos, principalmente de bovinos. Como alguns agricultores utilizam máquinas forrageiras para trituração do mandacaru, cada dia mais, esta cactácea esta diminuindo na região.