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domingo, 6 de outubro de 2013

A busca de água para os animais na caatinga

As fotos

Nestas fotografias podemos observar alguns aspectos da busca de água para os animais na caatinga. As fotografias foram obtidas no semiárido de Pernambuco e Bahia.












Os fatos



No Semiárido brasileiro, dada a irregularidade espacial e temporal das chuvas, durante vários meses do ano, os animais, em geral, consomem água com qualidade inferior quando comparada à água de consumo humano e vegetal, principalmente nas comunidades rurais com recursos hídricos escassos. Isto ocorre em virtude de, no período das chuvas, as águas das fontes hídricas se apresentam turvas, em conseqüência da presença de material em suspensão, como as argilas, areias, resíduos orgânicos e minerais, entre outros, trazidos pelo escoamento superficial das águas. Assim, ficam para os animais o que sobra nos pequenos barreiros, açudes e poças nas estradas. Com as irregularidades das chuvas em 2012 e 2013 a oferta de alimentos e água para os animais tem sido a maior dificuldade enfrentada pelos agricultores. Muitos agricultores já perderam parte de seu rebanho pela falta de alimentos e, principalmente por falta de água. Todavia, essa seca nos leva a uma reflexão sobre a criação de animais em áreas com irregularidade de chuvas como a região semiárida, o que requer dos agricultores um planejamento das necessidades de alimentos e água para o rebanho.  Segundo dados de um estudo realizado pela Embrapa Semiárido em 1988, um bovino adulto consome, aproximadamente 83 litros de água por dia. Se considerarmos que no Sertão temos 240 dias sem chuva, para um bovino o agricultor necessitaria de 19.920 litros de água. Esse volume inviabilizaria qualquer criação de bovinos no Sertão do Nordeste. Para os caprinos, segundo o estudo, são necessários 11 litros dia. Assim, para cada caprino o agricultor necessitaria de 2.640 litros para o período de seca. Como a criação de caprinos é à base da economia na zona rural do Sertão nordestino, onde, em média, os pequenos agricultores possuem rebanhos de  100 a 150 cabeças o que demandaria um volume de 396.000 litros de água para 150 cabeças de caprinos nos 240 dias de seca. Como tudo é possível no Sertão, encontrar um agricultor que tenha esse volume de água armazenado para os seus animais é quase impossível. Como este ano só tivemos até o momento 17 dias com chuvas num total de 161,6 mm e 257 dias sem chuvas, o que demandaria só para uma cabeça de caprino um total de 2.827 litros de água, a criação de animais na caatinga se torna cada dia mais difícil.

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