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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Abundância e falta de água no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar as barragens de Cumprinda e Mandim com água do canal Pontal e a barragem de Cruz de Salinas sem água. As fotografias foram obtidas no  município de Petrolina, PE.







O fato

A seca que assola o Sertão do Nordeste neste ano é uma das mais severas dos últimos 30 anos. Nunca tivemos uma irregularidade de chuvas como a que está ocorrendo. Já tivemos anos de seca, mas as chuvas mesmo em volumes menores ocorreram dentro do período esperado. Este ano, os meses que normalmente chove fevereiro, março e abril, foram praticamente secos. Essa irregularidade está causando severos danos para grande parte da região semiárida do Nordeste. No município de Petrolina, PE, temos uma parte da área rural severamente atacada pela seca e outra com abundância de água. Isso ocorre devido ao fato de que alguns riachos temporários do Sertão de Petrolina vêm recebendo água do Rio São Francisco pelo canal de irrigação do Pontal. No entorno desses riachos, o ano todo existe água para os animais e plantio de algumas lavouras. De acordo com a  CODEVASF desde o início deste ano já foram colocados mais de 4 milhões de m3 de água nas barragens de Mandim, Amargosa, Cumprida e Poço do Canto. Essa água tem contribuído significativamente para a manutenção das famílias no meio rural, principalmente na sustentação dos animais, todavia, outras barragens que atendem a um grande número de agricultores continuam sem água. Porque não dividimos um pouco dessa água com o resto das barragens do município! Assim, quando se fala em seca no interior de Petrolina, devem-se reconsiderar essas comunidades que estão com abundância de água e aquelas com total escassez.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Nova tecnologia no armazenamento de água no Sertão


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma cisterna de plástico em uma residência antes de ser implantada  e uma cisterna de placas recém-construída no Sertão. As fotografias foram obtidas no  município de Petrolina, PE.





O fato

As cisternas de placas eram a principal alternativa tecnológica para armazenamento da água de chuva captada nos telhados das residências no interior do Sertão nordestino até pouco tempo. Com capacidade para armazenar até 16 mil litros de água. Essas cisternas atendem as  necessidade de consumo das famílias de cinco a sete pessoas no período de seca que ocorre no Nordeste. Até o momento já foram construídas 495.607 cisternas financiadas pelo MDS. Essas cisternas foram construídas pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) que é uma das ações do Programa de Formação e Mobilização Social para a convivência com o semiárido da ASA. Todavia, a meta de construir no menor tempo possível 1 milhão de cisternas não foi alcançada. Contudo, como os avanços tecnológicos não têm barreiras, as cisternas de placas serão substituídas gradualmente pelas cisternas de plásticos. A facilidade na implantação das cisternas de plástico é uma vantagem em relação às cisternas de placas, visto que, são necessários somente 3 dias para que a família tenha uma cisterna instalada com água. Antes, além dos problemas burocráticos do P1MC para instalação das cisternas, a construção era demorada, principalmente para a escavação do buraco. Hoje, a operação é simples e rapidamente todo o sistema é implantado deixando as famílias muito felizes.  O cenário atual do Sertão são as cisternas de plástico ao lado das residências esperando serem implantadas. Serão mais de 700 mil programadas para implantação em todo o semiárido do Nordeste.

sábado, 9 de junho de 2012

Água salobra nos solos da caatinga





As fotos

Nestas fotografias podemos ver alguns poços artesianos jogando água no solo da caatinga. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.



O fato

Na maior parte da região semiárida do Nordeste brasileiro, as maiores reservas de águas subterrâneas são salinas. Essas águas geralmente são marginalizadas pelos altos teores de sais. Segundo a  norma (Resolução CONAMA 357/2005) que apresenta as classes de água traz as seguintes definições: Águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰; Águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 ‰ e inferior a 30 ‰; Águas salinas: águas com salinidade igual ou superior a 30 ‰. A salinidade se refere à quantidade de sal e aos componentes químicos presentes na água, assim água salina é aquela que contem uma maior quantidade desses sais, como, em geral, a água do mar. A água dos rios geralmente é doce, e a água de lagoas que tem conexão com o mar, são, em geral, salobras. Todavia, essas águas em muitos casos chegam a ser o único recurso que os agricultores de algumas comunidades dispõem para dessedentação de seus animais na seca.  Por outro lado, não há qualquer controle no uso dessas águas e grandes volumes são jogados nos solos da caatinga por períodos longos, visto que, quando chegam às chuvas e os animais encontram outras fontes de água, os poços com cata-ventos continuam jogando água no solo. Isso poderá levar muitas áreas da caatinga a ter uma elevação considerável na condutividade elétrica do solo e tornam-se inviáveis para o cultivo. Neste sentido, há necessidade de ações por parte dos órgãos do meio ambiente no acompanhamento e controle do uso dessas águas.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Água para os animais na caatinga nordestina



As fotos

Nesta fotografia podemos observar um cata-vento retirando água de um poço e animais em busca de água numa lagoa quase seca. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

Em anos de chuvas regulares no Sertão do Nordeste, a água que fica acumulada nos barreiros, lagoas, açudes e riachos suprem as necessidades dos animais. Todavia, a cada ano os rebanhos são maiores e os agricultores nunca fazem um planejamento da quantidade de água necessário para seu rebanho durante todo o ano. Eles sempre acreditam que vai chover regularmente e que não haverá problemas de água para os animais. Como este ano a seca veio sem aviso, à falta de água para o consumo animal é uma das principais dificuldades que os agricultores estão enfrentando. Nas fontes tradicionais como açudes, barreiros, lagoas e riachos, praticamente toda água já secou. Muitos agricultores estão perdendo animais por falta de água para beber. Outros já venderão parte do rebanho para comprar água de carro-pipa ao preço de R$ 100,00 a 150,00 por carrada de 8 mil litros, aproximadamente. Em algumas comunidades onde existe um poço profundo com cata-vento, só resta a água salobra. Esta é uma das realidades do Sertão nordestino em anos de seca. Como essa realidade poderia ser alterada! Se os órgãos de fomento como os bancos oficiais e programas de ajuda aos agricultores em períodos de seca tivessem em suas propostas a construção de poços profundos  para cada agricultor que tomasse um empréstimo ou recebesse ajuda do governo, parte dessa crise seria aliviada. Embora o custo de implantação de um poço profundo alcance valores na ordem de R$ 5.000,00 a 6.000,00 para profundidades de até 50 metros, os resultados para uma família ou comunidades seriam bastante significativos, visto que, com água, parte dos animais sobreviveria ao período de seca. Outra alternativa seria a implantação de cata-ventos públicos em lugares estratégicos das comunidades, facilitando uma melhor distribuição da água.

domingo, 3 de junho de 2012

Alimentação do caititu na caatinga



A foto

Nestas fotografias podemos observar alguns caititus em busca de alimentos na caatinga.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.




O fato

O caititu (Tayassu tajacu) das caatingas do Nordeste se alimenta, principalmente de raízes, tubérculos e sementes. Nos períodos de seca severa nessa região a falta de frutas nativas, leva os animais a consumirem raízes de plantas, tais como, a raiz da maniçoba, da faveleira, e do caroá, etc. Embora este animal ainda sofra forte pressão pela caça predatória, ainda é possível se encontrar caititus nas caatingas nativas do Nordeste. Para  identificação das fontes de alimentos desses animais em áreas de caatinga nativa do Sertão de Pernambuco, estamos monitorando alguns bandos de caititus na área de caatinga nativa da Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE. O trabalho consiste no levantamento das plantas que apresentam partes consumidas pelos caititus em diferentes períodos do ano. Os resultados preliminares demonstraram que no período de janeiro a abril quando ocorrem chuvas na região, a base da dieta dos caititus são os frutos das plantas da caatinga caídos ao chão e as raízes da maniçoba. No período de maio a agosto, as raízes da maniçoba, faveleira e do caroá são as mais consumidas pelos caititus. De agosto a dezembro, a raiz do caroá é a principal fonte de alimentação dos caititus. Na fotografia, podemos ver os aspectos das raízes da maniçoba após a ação dos caititus.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Açudes e barreiros da caatinga



As fotos

Nestas fotografias, podemos ver um barreiro e um açude na caatinga. As fotografias foram obtidas no no município de Petrolina, PE.






O fato


Os inúmeros barreiros e pequenos açudes existentes na região semiárida do Nordeste são muitos importantes para o armazenamento de água de chuva. Nesses reservatórios um volume considerável de água é armazenado e contribui para o alivio das secas que afetam a região. Todo agricultor que possui um pequeno açude ou barreiro em sua propriedade consegue superar as dificuldades da seca com mais alívio. Em anos de chuvas regulares, a quantidade de água armazenada nos barreiros ou açudes pode ser utilizada de diversas formas, principalmente para garantia de consumo dos animais. Todavia, muitos desses açudes e barreiros são construídos de forma irregulares e não conseguem armazenar a água da chuva em sua totalidade. De modo geral os açudes ou barreiros são construídos por máquinas cedidas por órgãos municipais e estaduais. Contudo, quando se faz uma observação mais rigorosa, pode-se observar que há muitas irregularidades na construção, principalmente na escavação. Esses barreiros ou açudes geralmente são construídos por escavação e por falhar dos operadores das máquinas sua profundidade não permite acumular bons volumes de água.