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sábado, 21 de maio de 2011

O ataque das joaninhas a cochonilha no mandacaru


A foto

Nesta foto, podemos observar joaninhas atacando cochonilhas-de-escamas em cactos. A fotografia foi obtida no dia 27 de junho de 2007 na caatinga de Petrolina, PE.

O fato

A Cochonilhas-de-escama (Diaspis echinocacti) – é um pequeno inseto conhecido como piolho ou cochonilha da palma que infesta as raquetes com suas colônias protegidas por escamas de coloração marrom clara ou areia, modificando completamente o aspecto da palma. Esse inseto ataca dos os tipos de cactos, principalmente o mandacaru, causando a morte de muitas plantas na caatinga. Essa praga tem sido intensamente combatida pelos agricultores na palma forrageira, principalmente pelo uso de óleo mineral, contudo sua infestação ainda é uma calamidade na região. Embora a preocupação atual seja em preservar as plantações de palma para alimentação dos animais no Sertão, a cochonilha-de-escama está destruindo outras cactáceas, a exemplo do mandacaru. Entre os  métodos utilizados para combater a cochonilha, o controle biológico, onde são usados os inimigos naturais como predadores, no caso as joaninhas, e alguns parasitóides como as vespinhas, não tem apresentado resultados significativos, visto que a infestação da cochonilha é bem mais intensa que a ação dos parasitas. Na fotografia podemos ver algumas joaninhas atacando as cochonilhas, contudo, a quantidade de cochonilhas é muito elevada para as joaninhas. As joaninhas são insetos predadores da família Coccinellidae da ordem Coleoptera.

O consumo de brotos da favela pelos caprinos




A foto

Nesta foto, podemos observar um caprino consumindo brotos e casca da favela. A fotografia foi obtida na comunidade de Xiquexique no município de Curaçá, BA, em 29 de setembro de 2005.

O fato

Entre as plantas da caatinga, a favela (Cnidoscolus phyllacanthus (Muell. Arg.) Pax. Et K. Hoffman) é uma das forrageira que se destaca na alimentação dos animais nativos e domésticos, como os caprinos. Essa planta ocorre do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe até a Bahia. Embora suas folhas sejam urticantes, quando novas e maduras ao chão são bastante consumidas pelos animais. Informações sobre a composição bromatológica, digestibilidade e valor nutritivo da faveleira, são escassas, contudo alguns autores têm encontrado os seguintes valores de composição química: 24,8% de matéria seca, 17,3% de proteína bruta, 2,5% de extrato etéreo, 28,5% de fibra detergente neutro, 23,6% de fibra detergente ácido e 5,1% de lignina. A faveleira pertencente à família das Euforbiáceas, é uma árvore tipicamente xerófita, de pequeno porte, atingindo até 4,0 m de altura, irregularmente esgalhada, lactescente e armada de espinhos sendo uma das primeiras a perder as folhas no final do período chuvoso, permanecendo a maior parte do ano sem folhas; em geral, a freqüência desta espécie, é baixa, contudo, pode formar concentrações em pontos determinados quando as condições locais são adequadas; floresce durante um longo período do ano produzindo de maneira contínua, pequena quantidade de sementes; suas folhas são longas, grossas, lanceoladas, recortadas, com pequenos acúleos no limbo e espinhos urticantes nas nervuras. As flores são diclinas, alvas e em pequenos cachos axilares e terminais. Os frutos são cápsulas arredondadas, deiscentes, de 1,5 a 2,0 cm de diâmetro, recobertos de pelos urticantes. A espécie se propaga facilmente por via sexuada e assexuada. O florescimento e a frutificação ocorrem entre os meses de janeiro e março. Na fotografia podemos ver um caprino consumindo os brotos da faveleira.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O consumo de folhas e frutos do imbuzeiro pelos caprinos na caatinga




A foto


Nesta fotografia podemos observar alguns caprinos consumindo frutos do imbuzeiro.  A fotografia foi obtida no dia 28 de março de 2008 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE. 


O fato


A safra do imbuzeiro correspondente ao período de dezembro de 2010 a abril de 2011 já está terminando. Na maioria dos Estados do Nordeste, já não há mais colheita de imbu neste mês. As estimativas para produção de frutos do imbuzeiro em 2011 é de 9.657 toneladas. Isto corresponde aos frutos colhidos pelos agricultores e comercializados ou processados. Contudo, uma parcela correspondente a 40 e 50 % dos frutos cai das plantas e são consumidos pelos animais silvestres e domésticos como os caprinos. Onde há caprinos na caatinga, todos os frutos maduros que caem ao chão são consumidos pelos animais. Quando não há caprinos, os frutos são consumidos pelos animais silvestres como a ema, os veados, os caititus, etc. Em média, um caprino consome 10.126 frutos por safra, equivalentes a 131 kg de frutos. O consumo diário é de 260 frutos por dia que corresponde, aproximadamente a 2,17 kg de frutos. Em termos de folhas os caprinos consomem, em média, 16,57 kg de folhas verde no período da safra e 32,54 kg de folhas secas e maduras caídas ao chão. Considerando que o rebanho de caprinos da região semiárida esta estimado em mais de 8 milhões de cabeças, a quantidade de frutos consumidos é muito grande. Todavia, pouco agricultor tem consciência da importância desta planta para os animais. Sempre encontramos agricultores querendo plantar capim ou palma para os animais, nunca encontramos agricultores pensando em plantar imbu para alimentar os animais.

sábado, 7 de maio de 2011

As chuvas no Sertão de Pernambuco em 2011




A foto

Nesta fotografia podemos ver caixas d’água  e uma  cisterna com água das chuvas de 2011. A fotografia foi obtida no dia 6 de maio de 2011 no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido no município de Petrolina, PE.

O fato

Até o momento, o ano de 2011 não tem sido muito promissor para os agricultores do sertão de Pernambuco. Embora tenha ocorrido chuvas nos meses de janeiro, fevereiro e março, os veranicos não possibilitaram o desenvolvimento das lavouras e pouca água foi captada nos açudes e barreiros. Em janeiro de 2011 foram registradas cinco ocorrências de chuvas na região com um total de 66,2 mm, sendo as mais significativas no dia 21 com 14 mm e no dia 24 com 46,3 mm. Esse total é menor que a média de 29 anos que é de 93,3 mm para o mês de janeiro. Todavia, essas chuvas não salvarão as plantações de milho e feijão de dezembro de 2010, visto que, as plantas não resistiram às altas temperaturas. Em fevereiro ocorreram seis chuvas, sendo as mais importantes no dia 25 com 27,9 mm e no dia 28 com 44,0 mm. Neste mês choveu um total de 87,2 mm. A média de chuvas para fevereiro de 1982 a 2010 é de 83,8 mm. Contudo, no período de 1 a 24 de fevereiro, o sol foi muito forte e eliminou as pequenas plantas de milho e feijão que ainda resistiam. Muitos agricultores eliminaram o que restava do plantio de dezembro e realizam um novo plantio com a esperança de chuvas para março e abril.  Em março foi registrado um total de 77,5 mm, sendo 31,3 mm no dia 5 e 30 mm no dia 28. A média de março é de 131,2 mm. Assim, as chuvas ficaram muito abaixo da média para região. No mês de abril, choveu 150,9 mm na região. Essas chuvas possibilitaram o crescimento e uma boa produção para o milho e feijão dos agricultores que plantaram no mês de fevereiro. Até o dia 30 de abril de 2011, já havia ocorrido um total de 381,8 mm. Embora essa chuva não tenha proporcionado um acúmulo de  água nos açudes e barreiros, foi suficiente para encher todas as cisternas. Na fotografia, podemos ver um galpão com uma área de 141,3 m2 com telhas de cerâmica onde já foi acumulado um total de 35 mil litros. Como as cisternas tradicionalmente só acumulam 16 mil litros, muita água é perdida nas comunidades. Assim, podemos inferir que há necessidade de se rever a construção de cisternas de 16 m3, para que toda chuva seja aproveitada pelos agricultores.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os filhotes de sangue-de-boi na caatinga




A foto

Nesta fotografia pode observar dois pequenos filhotes de sangue-de-boi no ninho. A fotografia foi obtida em 11 de abril de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato
O sangue-de-boi (Leistes superciliaris) é uma das belas aves que pode ser encontrada nas áreas de caatinga degradada, principalmente aquelas com áreas de capim. Esse pássaro é encontrado tradicionalmente nas regiões de transição de Agreste para o Sertão em áreas alagadas. O sangue-de-boi destaca-se pela sua beleza estampada nas plumas vermelhas do papo e pelo preto intenso de suas penas das asas. Embora não possuam um canto especial, eles levantam vôo na vertical e lá no alto emitem seu canto. De modo geral o sangue-de-boi é solitário e só aparece na caatinga no período das chuvas. Faz seu ninho no meio do capim e põem até três ovos. A fêmea normalmente fica sobre os ovos e o macho em volta. Na foto podemos ver dois filhotes de sangue-de-boi no ninho.

A venda de plantas da caatinga às margens das rodovias do Sertão




A foto


Nesta foto podemos observar a venda de plantas da caatinga às margens de uma rodovia. A fotografia foi obtida no Distrito de Bom Nome,  município de Serra Talhada, PE.

O fato

Para  os pequenos agricultores do Nordeste Semiárido, qualquer alternativa que gere renda é sempre boa. São de diversas formas que estes agricultores utilizam os recursos disponíveis na região para obtenção de renda. Uma das formas mais freqüente é a retirada de plantas e animais da caatinga para consumo ou comercialização. Das plantas são obtidos frutos, raízes, cascas, folhas, dos quais são feitos remédios caseiros, principalmente o tradicional “lambedor”. Da fauna são retirados animais para o consumo de carne e para venda, como os caititus, veados, tatu e outros. Entre as plantas, o destaque é para as mudas de cactáceas, principalmente de coroa-de-frade e do mandacaru. No trecho da BR 232 entre os municípios de Custódia, Serra Talhada e Salgueiro são encontrados diversas barracas com plantas, animais e frutos para venda. O maior destaque é para o mel de abelha.Na fotografia podemos ver coroa-de-frade, mandacaru, facheiro, pássaros e mel.