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quarta-feira, 16 de março de 2011

O corte de cabelo na sombra da algaroba na caatinga




A foto

Nesta fotografia podemos observar um agricultor realizando um corte do cabelo.  A foto foi obtida no dia 16 de março de 2011 na Comunidade de Marizi no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, a população que vive no interior da caatinga, tem suas alternativas para determinadas necessidades realizadas das formas mais inusitadas.  A exemplo do corte de cabelo. Em algumas comunidades às vezes existem barbeiros que atendem de casa em casa ou em pequenos salões. Contudo, nunca se pode comparar esses barbeiros com os das cidades. Nos salões das cidades, geralmente a primeira coisa que os cabeleireiros fazem  é definir o melhor corte de cabelo para cada cliente. São inúmeras recomendações e sugestões antes de corta o cabelo. Em algumas partes do mundo como na Índia, há toda uma tradição religiosa para o corte do cabelo. Muitos fiéis fazem a promessa de não cortar mais os cabelos até que recebam uma graça pedida. Quando a recebem, porém, raspam a cabeça em público, nos arredores do santuário no meio da rua ou embaixo de uma arvore.  Por causa disso, foi preciso criar espaços especiais para esses fins em alguns povoados indiano. Tudo isso tem um valor muito significativo para os indianos, sobretudo para as mulheres que têm um cuidado todo especial com seus cabelos: a decisão de cortar os cabelos representa, portanto, um sacrifício e um gesto de amor à santidade. Aqui no Sertão nada disso acontece, corta o cabelo é uma necessidade que é realizada de acordo com as condições de cada um e a sorte de encontrar um barbeiro. Na fotografia podemos ver um agricultor com habilidade para realizar o corte de cabelo no momento que efetua essa atividade na sombra de uma frondosa algaroba, enquanto outro agricultor espera a vez de corta o cabelo. Neste momento não há aquelas considerações que poderíamos ouvir nos salões e para esses agricultores, a saída até a cidade ou vila mais próxima, poderia elevar o custo do corte do cabelo. Assim, é melhor aproveitar o primeiro conhecido que sabe dar um trato na cabeleira.

sexta-feira, 4 de março de 2011

A sanitização de frutos do imbuzeiro para processamento





A foto

Nesta fotografia podemos observar agricultores realizando a sanitização de frutos do imbuzeiro para processamento.  A foto foi obtida no dia 17 de fevereiro de 2011 na Comunidade de Icozeiro no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, a produção de doce de imbu tem sido uma alternativa de renda  para muitos agricultores. O fruto é colhido no estádio de maturação “de vez” ou maduro. Tradicionalmente os frutos são vendidos para consumo in natura, contudo, uma parcela significativa da produção de imbu tem sido transformada em diversos produtos, tais como, doces, sucos, geléias, compotas, etc. Embora essa atividade tenha se destacado mais recentemente nas comunidades dos municípios de Canudos, Uauá e Curaçá na Bahia, algumas associações de agricultores de outros estados  começam a trabalhar com o fruto do imbuzeiro, principalmente com o processamento. Hoje já temos pequenas fábricas de doce de imbu em comunidades do Piauí, Paraíba, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. No município de Petrolina, PE, algumas associações de agricultores nas comunidades de Atalho, Carretão e por último a comunidade de Icozeiro, já estão agregando valor ao fruto do imbuzeiro. Na fotografia podemos ver a lavagem dos frutos em água e a sanitização em água clorada. Esse procedimento é muito importante, visto que,  vai afetar a qualidade e durabilidade dos produtos obtidos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Teiú consumindo frutos de jambolão.




A foto

Nesta fotografia pode-se observar um teiú consumindo frutos de jambolão.  A fotografia foi obtida por Marcone Lopes dos Santos no dia 19 de fevereiro de 2011 no município de Petrolina, PE.


O fato

O Teiú (Tupinambis merianae) é um dos maiores lagartos da caatinga nordestina. No período da safra do imbuzeiro, o teiú é visto consumindo frutos caídos ao chão. Este lagarto também se alimenta dos insetos e larvas dos frutos maduros do imbuzeiro.  No sertão, os caçadores ficam nas galhas dos imbuzeiros esperando os teiús para matá-los, pois sua carne é muito apreciada.  Normalmente o teiú é visto nas horas mais quentes do dia, por ser um animal de sangue frio. O habitat natural do Teiú são as áreas abertas de caatinga e  do cerrado, onde esses animais têm mais acesso aos raios solares. Este exemplar foi fotografado às 13 horas embaixo de uma coleção de plantas de jambolão na sede da Embrapa Semiárido, consumindo frutos caídos ao chão. Embora o jambolão (Syzygium jambolanum L.) não seja uma planta da caatinga, seus frutos têm sido consumidos por muitos animais deste bioma.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A produção de frutos do imbuzeiro no Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia podemos observar uma grande quantidade de frutos do imbuzeiro maduros caídos ao chão embaixo da planta. A fotografia foi obtida em 31 de janeiro de 2011 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

A produção de frutos de uma planta de imbuzeiro é muito variável. Embora já existam diversos trabalhos de pesquisa sobre este tema, não há ainda uma quantidade bem definida, pois a variabilidade genética do imbuzeiro é muito alta, visto que sua fecundação é 78% cruzada, o que significa uma grande variabilidade nos parâmetros de desenvolvimento das plantas. Assim, podemos dizer que na natureza não há duas plantas de imbuzeiro de ocorrência natural que apresente as mesmas características, principalmente em termos de produção. Um estudo realizado com diversas plantas localizadas no semiárido da Bahia, Piauí e Pernambuco demonstrou que a produção média é de  22.052 frutos colhidos nenhuma planta/safra. Essa produção pode varia de 187,56 a 647,34 kg, dependendo do tamanho médio dos frutos.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O cultivo de feijão no Sertão de Pernambuco





A foto

Nesta fotografia podemos ver uma agricultora cultivando o feijão na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 14 de fevereiro de 2011 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

Todo ano no Sertão de Pernambuco é a mesma coisa, isto é, os pequenos agricultores sempre plantam suas culturas tradicionais na tentativa de obter alguma produção que venha alivia suas necessidades durante o ano. Assim, eles sempre plantam uma pequena roça de milho e feijão. Contudo, parte desses agricultores ainda utiliza sementes de variedades que não são bem adaptadas as condições edafoclimáticas da região o que normalmente leva essas culturas a não resistirem às irregularidades climáticas que assolam o Nordeste brasileiro. O ano de 2011 parece que não vai ser diferente dos demais, pois até o momento, choveu apenas 57,4 mm em algumas regiões do Sertão. Para os agricultores que plantaram com as chuvas que ocorreram no mês de dezembro à situação não está muito boa, porque parte das lavouras de milho, feijão e sorgo já não apresentam mais condições de crescimento, mesmo que ainda ocorra muita chuva. Na fotografia, podemos ver uma agricultora cultivando uma pequena área de feijão que foi plantado em dezembro e que parece não haver mais esperanças de colheita.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A coleta de sementes de imbuzeiro no chão do aprisco




A foto

Nesta foto, podemos observar uma agricultora colhendo sementes de imbuzeiro em um aprisco na caatinga. A foto foi obtida na comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

O imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) é uma fruteira nativa do Nordeste, cujos frutos servem de alimento para as populações rurais, animais domésticos e silvestres. Contudo, tem-se observado à ausência de plantas jovens em seu ambiente natural, cuja causa tem sido atribuída em sua maioria à dificuldade que as sementes do imbuzeiro apresentam para germinar, ao desmatamento desordenado e aos danos causados as plântulas que emergem pelos insetos, animais silvestres e, principalmente, pelos caprinos. Os principais mecanismos de dispersão das sementes do imbuzeiro na caatinga nativa têm sido os animais silvestres como o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira), a cotia (Dasyprocta cf. prymnolopha), o caititu (Tayassu tajacu), a raposa (Dusicyon thous), o teiú (Tupinambis merianae), o tatu-peba (Euphractus sexcinctus) e na caatinga degradada o caprino (Capra hircus). No entanto, os caprinos são os dispersores que mais preocupam em relação à extinção do imbuzeiro, visto que, esses animais retiram as sementes da caatinga, que posteriormente são transportadas para áreas onde não terão como se desenvolver. Na fotografia podemos ver a grande quantidade de sementes no solo do aprisco.