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terça-feira, 19 de outubro de 2010

O tatu-peba na caatinga



A foto

Nesta foto, podemos observar um tatu-peba escavando o solo na caatinga. A fotografia foi obtida na área de caatinga na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semi-Árido em Petrolina, PE em 10 de outubro de 2010.

O fato

O tatu-peba (Euphractus sexcinctus) é um animal da caatinga que tem como característica, o consumo de raízes, pequenos insetos, larvas e frutos da caatinga. Este animal escava o solo embaixo das plantas que produze rizomas e xilopódios e os consome. No período da safra do imbuzeiro, o tatu-peba consome uma quantidade razoável de frutos que caem das plantas. Este animal também é grande consumidor de larvas e insetos que habitam o solo da caatinga. Tradicionalmente o tatu-peba é conhecido como o principal animal que escava e come os xilopódios das plantas adultas de imbuzeiro. De modo geral, a alimentação dos tatus se baseia em insetos e larvas que são encontrados no solo e, principalmente embaixo das folhas caídas ao solo.  Este animal possui hábito noturno, sendo visto raramente durante o dia. Nos dias chuvosos é visto em busca de formigas  e outros insetos que  voam após as chuvas. Na foto podemos ver um tatu-peba escavando o solo próximo ao tronco de uma planta em busca de larvas ou raízes comestíveis.

Chuva na caatinga de Pernambuco em outubro de 2010




A foto

Nesta fotografia podemos observar a ocorrência de uma chuva na caatinga. A fotografia foi obtida as 15:45 horas do dia 19 de outubro de 2010 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato


No mês de outubro, normalmente a seca é uma realidade na caatinga. Neste período a maioria das plantas está em fase de repouso com suas folhas secas esperando as primeiras chuvas, quando se recobriram de uma nova folhagem. A exceção é o imbuzeiro que já está repleto de flores neste período. Ocorrência de chuvas no mês de outubro na caatinga não é uma normalidade, todavia, tem havido algumas chuvas neste mês que contribui positivamente para o alívio da seca. No ano de 2009, as chuvas de outubro na região de Petrolina, PE alcançaram mais de 100 mm e provocaram uma transformação na paisagem da caatinga. O verde tomou o lugar do cinza e muita água ficou empoçada para o consumo dos animais. Neste ano, a seca está muito acentuada, todavia já são observadas algumas das primeiras pancadas de chuvas na região como podemos ver na foto. Essas chuvas podem contribuir para formação de pastagens para os animais que, em alguns casos já estão consumindo cactáceas como o mandacaru e juntar um pouco de água nos barreiros para matar a sede dos animais.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Os primeiros frutos do imbuzeiro no sertão



A foto

Nesta fotografia podemos observar os primeiros frutos do imbuzeiro no sertão de Pernambuco. A fotografia foi obtida no dia 8 de outubro de 2010 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

A fenologia reprodutiva do imbuzeiro na região semiárida do Estado de Pernambuco ocorre no período de julho a fevereiro, com a brotação e floração de agosto a setembro, a frutificação de outubro a novembro e os frutos maduros de dezembro a fevereiro. As ocorrências de precipitações nas diferentes fases fenológicas, embora em pequenos volumes, são muito importantes para a produção do imbuzeiro, principalmente, as chuvas que ocorrem em novembro e dezembro que contribuem para o crescimento final do fruto.  O período médio entre o início da frutificação e a maturação plena dos frutos nas safras é, em média, de 125 dias com ocorrência de frutos aos 116 dias após a fecundação em algumas plantas. Nesta fase observada na fotografia, os frutos já podem ser utilizados para a produção de imbuzada, visto que ainda estão com a acidez muito elevada, a qual é atenuada pela adição do leite. Contudo, para o consumo in natura, são necessários mais uns 30 a 45 dias de crescimento dos frutos.

Animais na sobra da baraúna na caatinga


A foto

Nesta fotografia podemos ver um rebanho de caprinos e ovinos na sombra de uma baraúna (Schinopsis brasiliensis) na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 8 de outubro de 2010 na caatinga do município de Petrolina, PE.

O fato

O estado de Pernambuco como os demais estados da região semiárida do Nordeste brasileiro, sofre com a insolação, principalmente as áreas do sertão nos meses de seca. Isso resulta em altas temperaturas durante quase todo o ano. De modo geral, são aproximadamente mais de 3000 horas anuais de insolação. Este elevado índice de insolação contribui para que as temperaturas sejam sempre altas, com médias térmicas anuais elevadas na região do sertão. No final do mês de setembro de 2010 e na primeira semana de outubro, a temperatura máxima variou de 28,4°C a 32,6°C com média climatológica de 28,4°C. Essa insolação pode causar efeitos negativos no desenvolvimento dos animais da região semiárida, principalmente sobre os caprinos que já estão sentido falta de alimentos devido à seca. As sombras das diversas árvores que existem na região podem contribuir para amenizar a temperatura do meio ambiente e dos animais, proporcionando melhores condições para os mesmos.   

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A floração do imbuzeiro na caatinga



A foto

Nesta fotografia  podemos observar uma planta de imbuzeiro com intensa floração.  A fotografia foi obtida no dia 24 de setembro de 2010 na Comunidade de Barreiro no município de Petrolina, PE.

O fato

A fenologia reprodutiva do imbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) ocorre na região semi-árida do Nordeste, no período de julho a dezembro, período, normalmente de seca. Esse processo ocorre porque o imbuzeiro perde as folhas logo após o inverno, para diminuir a transpiração, e entra em estado de dormência vegetativa no começo do verão. No entanto, com as modificações que ocorrem no clima nesse período, na temperatura e no grau higrométrico do ar, o imbuzeiro inicia sua brotação, floração e frutificação. Este processo é garantido, em sua maior parte, pelas reservas nutritivas dos xilopódios. A floração do imbuzeiro é abundante, com flores brancas, perfumadas, melíferas, dispostas em panículas terminais de 10 a 15 cm de comprimento, cuja abertura ocorre, principalemente, durante a madrugada. As flores são uma das principais fontes de alimentos de diversas espécies de abelhas e pássaros da caatinga no período de seca.

A jurema preta em solos degradados na caatinga



A foto

Nesta fotografia  podemos observar uma área de caatinga degradada com plantas de jurema preta.  A fotografia foi obtida no dia 20 de setembro de 2010 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

A jurema preta (Mimosa hostilis, Mart.) é uma planta de grande ocorrência na caatinga nordestina. É uma planta pioneira, isto é, tem crescimento rápido, se desenvolvem bem a céu aberto com ciclo de vida variando de 6 a 17 anos. Na caatinga densa, a jurema não cresce muito e apresenta baixa densidade. Nas áreas de caatinga desmatadas para o cultivo de lavouras ou pastagens e abandonadas pelos agricultores, a jurema é a primeira que se destaca. Essa planta tem a capacidade de desenvolver-se em áreas onde os solos foram degradados e erodidos. A jurema-preta tem capacidade de crescer e contribuir para regeneração de áreas severamente degradas da caatinga criando condições para o desenvolvimento de outras plantas. A queda das folhas cobre o solo com uma camada que se decompõe formando húmus.  Assim, o solo apresenta condições para o surgimento de outras plantas. Esta espécie também é muito importante para a alimentação das abelhas durante muitos meses de seca na caatinga com sua intensa floração logo após as primeiras chuvas.

domingo, 19 de setembro de 2010

A chuva e os caprinos na caatinga



A foto


Nesta fotografia  podemos observar um rebanho de caprinos no alto de um penhasco.  A fotografia foi obtida no dia 21 de janeiro de 2004 na Comunidade de Alto do Angico no município de Petrolina, PE.

O fato

Quando chove muito na caatinga, os caprinos procuram locais altos e abertos para fugir do excesso de umidade do solo e das plantas. Em anos de muita chuva, os animais que vivem soltos na caatinga, apresentam um elevado índice de mortandade. Segundo o ditado popular, “os animais ficam mufinos, tristes e cabisbaixos, não se alimentam e morrem”.  Embora a chuva seja sempre desejada pelos agricultores, quando não há veranicos ela se torna um problema para os criadores de caprinos. Em 2004 ocorreram chuvas muito além da normalidade em quase todo o Nordeste. No município de Petrolina, PE, foram 819,4 mm dos quais 686,6 foram registrados nos meses de janeiro e fevereiro. No mês de janeiro choveu 431 mm em 22 dias  e 255,6 no mês de fevereiro. Como essas chuvas concentraram em um período muito curto, o excesso de umidade na caatinga, prejudicou muito os criadores de caprinos. Assim, um ano que se pensava que seria bom em função das chuvas, terminou dando prejuízo para alguns agricultores com a morte de seus animais. Esses fatos poderiam ser evitados se nossos agricultores tivessem apriscos com condições de proteger os animais do excesso de umidade nos períodos de chuvas intensas, contudo haveria necessidade do armazenamento de ração para os animais durante todo o período de chuvas. Daí, o dilema dos criadores de caprinos da caatinga, quando chove muito alguns animais morrem de fome porque não conseguem se alimentar e quando chove pouco, muitos morre de fome pela falta de alimentos.