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domingo, 26 de agosto de 2012

Água de chuva armazenada em cisterna para produção de frutas


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma cisterna e a área de captação e as fruteiras cultivadas com a água da chuva armazenada na cisterna. As fotografias foram obtidas no Campo Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido em Petrolina, PE.








Os fatos

Com a implantação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2) mais de 12 mil famílias, ou 60 mil pessoas, estão tendo acesso à água para produção de alimentos no Semiárido nordestino. A inclusão de frutas na alimentação incrementa a qualidade nutricional das dietas familiares visto que elas oferecem quantidades significativas de micronutrientes. A proposta da cisterna, além de garantir variedade na produção de frutas para suprir as deficiências nutricionais das famílias, contribui para melhoria na qualidade de vida, na prevenção de doenças e até mesmo na mudança dos hábitos alimentares dos agricultores da região semiárida do Nordeste. Em um trabalho de pesquisa realizado na Estação Experimental de Manejo da Caatinga, Embrapa Semiárido em Petrolina-PE no período de agosto de 2006 a dezembro de 2011, foi avaliado a aplicação de água de uma cisterna de 16 m3 na produção de 36 fruteiras.  No ano de 2007 foram aplicados 14.688 litros nas irrigações, sendo 2.304 litros nos meses de janeiro a abril. No mês de fevereiro em função das precipitações só foi realizada uma irrigação. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.644 litros. De setembro a dezembro foram aplicados 7.740 litros. Como neste ano choveu um total de 378,0 mm na área do experimento foi possível captar 26.739 litros. Todavia, em função da capacidade da cisterna, só foram armazenados 16.000 litros. Assim, houve uma sobra de 1.312 litros de água na cisterna. No ano de 2008 foram aplicados 13.500 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados somente 720 litros. Isso se deu em função das chuvas que ocorreram nestes meses que foram de 419,3 mm. No segundo e terceiro quadrimestres foram aplicados 4.860 e 7.920 litros, respectivamente. Neste ano com as chuvas de 517,4 mm foram captados 36.600 litros de água no telhado. No ano de 2009 foram aplicados 12.060 litros nas irrigações. No quadrimestre de janeiro a abril foram aplicados 1.080 litros, sendo que nos meses de fevereiro e abril não houve irrigação. No segundo quadrimestre foram aplicados 3.780. No mês de maio não houve irrigação em função do volume de chuvas caídas na área do experimento. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.200 litros. Neste ano choveu um total 754,5 mm que contribuíram para captação de 53.373 litros de água no telhado. No ano de 2010 foram aplicados 13.932 litros nas irrigações das fruteiras. De janeiro a abril foram aplicados 2.160 litros. No segundo quadrimestre foram aplicados 4.752. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.020 litros. Neste ano choveu um total 413,1 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 29.222 litros de água no telhado. No ano de 2011 foram aplicados 13.356 litros nas irrigações. De janeiro a abril foram aplicados 1.800 litros. Nos meses de maio a agosto foram aplicados 4.968. Nos meses de setembro a dezembro foram aplicados 7.560 litros. Neste ano choveu um total 590 mm na área do experimento que contribuíram para captação de 41.736 litros de água no telhado. Em termos de crescimento das fruteiras no período de avaliação as plantas apresentaram bom desenvolvimento, considerando os valores de 2006 que correspondem às dimensões das plantas no dia do plantio. A maior altura foi obtida pelas mudas de caju com média de 2,51 m. O diâmetro médio das plantas de caju ao nível do solo foi de 6,89 cm com circunferência média de 20,11 cm. As plantas de caju apresentaram uma altura da copa com média de 1,70 m e maior diâmetro da copa com média de 2,50 m. Essa mesma tendência ocorreu para as demais fruteiras no primeiro ano de crescimento. Os primeiros frutos colhidos foram de acerola no mês de março de 2007. Essa espécie também foi a mais produtiva durante os anos avaliados com um total de 154.725 frutos que pesaram 1.029,35 kg. A manga produziu um total de 533 frutos no período com 165,19 kg. O limão produziu 3.929 frutos com peso total de 271,38 kg. As plantas de mamão produziram 735 frutos com peso de 306,42 kg. O caju produziu 370 frutos com peso total de 158,7 kg e a pinha produziu 778 frutos com peso total de 123,75 kg. Com esses resultados podemos concluir que: A água da chuva armazenada em cisternas pode contribuir significativamente para melhoria das condições de vida dos pequenos agricultores da região semiárida do Nordeste com a produção de frutas; As plantas apresentam um crescimento linear para todos os parâmetros avaliados; Em anos de muita chuva há uma redução significativa na aplicação de água; Em função do tamanho do telhado, a cisterna de 16 mil litros não é suficiente para armazenar a água das chuvas na região semiárida. 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os barreiros do Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos ver um trator de esteira escavando um barreiro, um barreiro novo e outro com água. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





O fato

A seca ainda é um dilema para as populações que vivem no interior da região semiárida do Nordeste. Como a maior parte dos agricultores tem sua base econômica na criação de pequenos animais, a falta de chuvas torna a situação mais grave. Como suprir a necessidade de água dos rebanhos em anos que as chuvas não foram suficientes para o acúmulo de água nos açudes e barreiros. Muitos agricultores vendem parte do rebanho para comprar água. O preço de um carro-pipa varia de comunidade a comunidade, todavia alguns chegam a custar até R$ 350,0. Para adquirir essa água os agricultores que não dispõe de poços ou outra fonte, tem que vender três a quatro caprinos ou ovinos.  Se a seca prolonga-se muitos rebanhos serão bastante reduzidos, sem contar com a mortandade pela falta de alimentos. O Programa Água para Todos, que integra o Plano Brasil Sem Miséria, concebido pelo Governo Federal tem como meta a construção de 3 mil pequenos barreiros e barragens de água pluvial para amenizar a situação dos sertanejos. Contudo, só veremos o efeito dessas ações no próximo ano após as chuvas quando os barreiros e a barragens acumularem água. Embora essa meta seja significativa, 3 mil barreiros e pequenas barragens é muito pouco para as necessidades dos sertanejos. Para aqueles que não forem alcançados pelo programa, resta à contratação de um trator de esteira por R$ 135,00 a hora trabalhada. Para que o agricultor tenha um barreiro com condições mínimas de armazenamento são necessárias 50 horas/máquina que implicam em um valor de R$ 6.750,00. Esse valor é muito alto considerando-se a renda dos pequenos agricultores do Sertão nordestino.

domingo, 12 de agosto de 2012

A importância do mandacaru na seca

As fotos

Nestas fotografias podemos ver agricultores cortando e queimando o mandacaru para os animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.







Os fatos

Em anos de seca no Sertão do Nordeste as plantas nativas da caatinga como o mandacaru, a macambira, entre outras, são à base de sustentação dos pequenos rebanhos. A composição química bromatológica do mandacaru apresenta uma percentagem de matéria seca de 11,08 a 12,57%. Os valores de proteína bruta são de 5,63 a 10,87%. Para fibra bruta os percentuais são de 3,57 a 4,75%. Além de que a planta in natura possui aproximadamente 83% de umidade. Todavia, em função da baixa densidade populacional do mandacaru na caatinga e do grande número de agricultores que utilizam essa cactácea, esta planta pode sofre reduções significativas em anos de seca, comprometendo sua sobrevivência. O mandacaru é uma alternativa utilizada para suplementação de pequenos rebanhos de caprinos e ovinos na caatinga seca, visto que, esses animais apresentam  pouca exigência alimentar e consome um volume bem menor do que um bovinos. São as mais variadas formas de aproveitar o mandacaru. Alguns agricultores queimam os espinhos e outros retiram os espinhos antes de ofertar aos animais. Por outro lado,  poucos agricultores realizam o plantio do mandacaru. Como alguns agricultores utilizam máquinas forrageiras para trituração do mandacaru, cada dia mais, esta cactácea esta diminuindo sua ocorrência na região.

sábado, 11 de agosto de 2012

A pesca tradicional em açudes do Sertão

 As fotos

Nestas fotografias podemos observar um agricultor pescando em um açude no Sertão de Pernambuco. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

Na região semiárida do Nordeste a pesca tradicional nos açudes é uma alternativa para alimentação dos agricultores e fonte de renda suplementar com a venda de parte dos peixes. Todavia a maioria dos agricultores pesca para o consumo próprio. Contudo, em anos de secas severas a maior parte dos pequenos açudes seca totalmente. Neste período a pesca é uma forma de aproveitar os peixes que poderão morrer sem água. Até certo tempo o peixe mais encontrado nesses açudes era a traíra, porém com a introdução da tilápia, essa espécie tem predominado e aparece com mais frequência nas pescarias. Na fotografia podemos ver que o pescador utiliza uma tarrafa. As pescarias nos açudes ocorrem também no período de chuvas quando estes transbordam e ocorre a piracema. Na piracema os peixes sobem dos rios para os açudes para desova. Normalmente a pescaria é realizada no sangradouro dos açudes. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma nova paisagem no Sertão do Nordeste


As fotos

Nestas fotografias podemos ver diversas cisternas de plástico no Distrito de Cristália, um agricultor retirando água da cisterna de plástico e uma residência ainda sem cisterna. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





O fato

Embora algumas cisternas de plástico tenham apresentado problemas de fabricação em algumas comunidades do Sertão, aquelas que estão em funcionamento têm trazido muita alegria para os agricultores que até o momento só sonhavam em receber uma cisterna. Muitas famílias do Sertão nordestino ainda não tinham sido agraciadas pelas cisternas de placas do programa P1MC (Um milhão de cisternas). Embora o programa já tenha alcançado números superiores a 500 mil cisternas, ainda há muitas comunidades que não tiveram acesso a essa alternativa para armazenar água de chuva. Todavia já é possível visualizar as cisternas de plástico em muitas comunidades do Sertão. Esse tipo de cisterna faz parte do Programa Água para Todos, do governo Federal,  coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, como parte do Plano Brasil Sem Miséria e conta com apoio dos Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), do Banco do Nordeste (BNB) e da Fundação Banco do Brasil. Com a iniciativa de implantar 750 mil cisternas para atender as famílias até então não atendidas pelo P1MC, brevemente não haverá mais famílias sem cisternas no Sertão.  

A falta de água na caatinga para os animais


As fotos

Nestas fotografias podemos observar animais consumindo água de poço, um agricultor transportando água para os animais e outro com seu rebanho preocupado com a falta de água para consumo dos animais. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.








Os fatos

Com chuvas irregulares na região do Sertão do São Francisco, muitos agricultores que tem sua base econômica na criação de caprinos e ovinos estão enfrentando sérias dificuldades para alimentarem e suprir a sede dos animais. Aqueles que dispõe de água de poço em suas comunidades ainda estão conseguindo alimentar os animais com o pouco pasto que resta nas roças e com suplementação de tortas e farelos. Por outro lado, aqueles que não dispõe de água em seus barreiros, barragens, etc., estão vendendo parte do rebanho para comprar água e comida para os animais. Essa situação se deve ao fato de que os 134 mm que caíram na região não ter sido suficiente para o acúmulo de água e formação de pastagens. Talvez já esteja na hora do governo iniciar um programa para obtenção de água visando atender a demanda hídrica dos animais na caatinga. Embora já exista uma tecnologia bastante conhecida que é o poço artesiano com catavento, essa alternativa representa um custo muito alto para o nível de renda dos pequenos agricultores da caatinga. Ora, se o governo pode implementar grandes projetos de irrigação para grandes empresas, porque não para os pequenos agricultores.

sábado, 4 de agosto de 2012

Irregularidade das chuvas no Sertão de Pernambuco

A foto

Nestas fotografias podemos observar eventos de chuva na caatinga. As fotografias foram obtidas em momentos diferentes no município de Petrolina, PE.








O fato

No ano de 2012 as chuvas que ocorreram no Sertão de Pernambuco têm sido muito abaixo da média. Esses fatos tem levado a região a enfrentar uma das mais graves secas vividas até o momento. Todavia, há municípios na região do Sertão do São Francisco onde os índices pluviométricos ocorridos até o final de julho foram significativos, como o município de Tacaratu cujo índice acumulado até 30 de julho de 2012 foi de 252,5 mm. O município de Afrânio localizado no extremo Oeste do Sertão do São Francisco foi registrado 129 mm de janeiro de 2012 até 30 de julho. No município de Petrolina, localizado no extremo Sul da região choveu somente 123,4 mm. No município de Cabrobó, localizado no Centro-Sul da região choveu até o momento 146,9 mm.  Contudo, no município de Floresta, foram registradas chuvas em todos os meses de janeiro a julho, sendo: janeiro – 24,1 mm, fevereiro – 40,5 mm, março – 35,6 mm, abril – 0,8 mm, maio – 3,5 mm, junho – 4,6 mm e julho – 6,0 mm. Esse quadro de irregularidades é um dos mais severos e tem causado danos para todo o bioma.