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domingo, 11 de março de 2012

Produção de alimentos com água de chuva armazenada em cisternas no Sertão da Bahia

As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma agricultora da comunidade de Lage Alta ao lado de uma planta de acerola irrigada com água de chuva armazenada em cisterna. As fotografias foram obtidas na Comunidade de Lage Alta no município de Jaguarari, BA.






Os fatos

Na região semiárida do Nordeste a falta de água para consumo humano e para produção de alimentos é uma das principais dificuldades dos pequenos agricultores em anos de pouca chuva. A água de chuva acumulada nas cisternas muitas vezes não é suficiente para atender as necessidades das famílias e a suplementação vem dos carros-pipas. Contudo, diversos estudos realizados na região semiárida, demonstraram que embora a quantidade de chuvas que ocorre seja considerada pequena, é possível aproveitar parte de água para produção de alimentos. Assim, o excesso de água de chuva pode ser armazenado em diferentes formas, tais como, cisternas, barreiros, açudes, etc., e utilizada posteriormente para irrigação de diferentes culturas. Neste sentido foi criado pelo Governo Federal o Programa P1MC para construção de 1 milhão de cisternas para o consumo humano e o Programa P1 + 2 com o objetivo de construir uma cisterna adicional nas residências para que os agricultores utilizem essa água com o objetivo de produzir alimentos. Esses programas conduzidos pela ASA em parceria com outras organizações não governamentais, já construíram muitas cisternas de placas pré-moldadas para atender esse objetivo. Com a água armazenada em uma cisterna de 16 mil litros é possível irrigar até 36 fruteiras (Acerola, manga, mamão, caju, limão e pinha), durante todo o ano. Todavia, o controle dessa água deve ser rigoroso, visto que, a distribuição não poder provocar excesso de consumo. A distribuição recomendada é que nos meses de janeiro a abril seja aplicado 1 litro de água por planta as segundas, quartas e sextas-feiras. De maio a agosto, a aplicação deve ser de 2 litros por planta e de setembro a dezembro de 4,5 litros por planta. Esse maior volume neste período é porque nesta época a região enfrenta uma fase de seca severa. Com essa forma de aplicação o gasto total de água é de 10.368 litros. Se a cisterna tem capacidade para 16 mil litros, sobra água para o começo do próximo ano que normalmente é seco.

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