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quinta-feira, 29 de março de 2012

O desmatamento da caatinga no Sertão de Pernambuco



As fotos

Nestas fotografias podemos observar áreas de caatinga desmatadas recentemente.  As fotografias foram obtidas no município de Lagoa Grande e Petrolina,  PE.






Os fatos

Embora os dados do Ministério do Meio Ambiente tenha revelado que houve uma queda no desmatamento da caatinga, algumas áreas com plantas muito importante para o bioma continuam sendo desmatadas. Segundo dados do Ministério, a caatinga teve 1.921 km² de sua área desmatada entre 2008 e 2009. Para o Ministério houve uma redução no desmatamento nos últimos anos. Embora as causas do desmatamento da caatinga sejam atribuídas essencialmente à extração de madeira para produção de lenha e de carvão vegetal, grandes áreas tem sido desmatada anualmente para formação de  pastagens. Essa tendência segue o ritmo de crescimento dos rebanhos de ovinos e caprinos que não param de crescer na região. Assim, cada vez mais, os agricultores deixam de reutilizar áreas antigas para o plantio e desmatam novas áreas para formação de pastagens, principalmente de capim buffel. A área onde foi observado esse desmatamento apresenta uma grande densidade populacional de faveleiras, uma das plantas bastante preferida pelos caprinos. Todavia, para os agricultores, só o capim buffel é capaz de sustentar os animais. A Bahia, Ceará e Piauí, ainda são os Estados onde ocorrem os maiores índices de desmatamento. Como a região semiárida é uma das que pode sofre fortes impactos com as possíveis mudanças climáticas que advém, há necessidade de conscientização das populações rurais da importância de preservação da caatinga.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Um crime contra a natureza no Sertão de Pernambuco



As fotos

Nestas fotografias podemos ver uma bela baraúna (Schinopsis brasiliensis) na caatinga e outra com sua casca cortada. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.



Os fatos

A baraúna (Schinopsis brasiliensis) é uma das mais belas árvores da caatinga nordestina. A baraúna pertence à família das Anacardiaceaes. É uma das mais imponentes árvores da caatinga.  Por ser uma madeira de “Lei”, isto é, madeira forte e de longa duração é muito utilizada para produção de linhas, mourões, etc. Em função disso, esta planta é muito perseguida pelos agricultores. Por outro lado, as sombras das baraúnas que existem na região semiárida do Nordeste contribuir muito para amenizar a temperatura do meio ambiente e dos animais na caatinga, proporcionando melhores condições para os mesmos. A baraúna é uma das espécies da caatinga ameaçada de extinção e têm seu corte controlado pelo IBAMA. A baraúna teve sua população bastante reduzida pelo corte para produção de dormentes para ferrovias do Nordeste. Na fotografia podemos ver que foi realizado um corte na casca o que leva a planta a morte e posteriormente sua madeira é utilizada. Esse é um dos artifícios utilizados para burla a legislação vigente, pois com o corte da casca a planta morre e madeira proveniente de planta morta não sofre restrição.  

terça-feira, 27 de março de 2012

Barreiro cheio com chuva de 137 mm em Cristália


As fotos


Nestas fotografias  podemos ver alguns barreiros com água de chuva na caatinga.  As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.






O fato

Na região semiárida do Nordeste brasileiro, a quantidade de água de chuva é de aproximadamente 700 bilhões de metros cúbicos por ano, o que torna o semiárido nordestino diferente das demais regiões semiáridas do mundo. A maior parte dessa chuva não é aproveitada em todo o seu potencial, pois, mesmo existindo grande quantidade de barreiros e açudes no Nordeste, 36 bilhões de m3 se perdem pelo escoamento superficial.  Nessa região a água dos barreiros tem uma importância muito grande para os agricultores. Essa água, embora não seja de boa qualidade é a garantia de sobrevivência dos animais na seca e quando falta água de qualidade na comunidade, os agricultores utilizam a água dos barreiros. Nos anos de seca no Nordeste semiárido, a maior dificuldade dos criadores é o fornecimento de água para os animais. Existem muitas alternativas para a captação e o armazenamento de água das chuvas, contudo, o tradicional barreiro ainda é a mais utilizada. O problema é que em muitos casos os barreiros são construídos em locais inadequados, isto é, ou não tem área de captação ou o solo favorece a infiltração de um grande volume de água. Embora existam perdas consideráveis com a evaporação, a maior perda de água nos barreiros ainda é a infiltração. Em anos de pouca chuva, o volume armazenado nos barreiros não é suficiente para manter os animais durante os meses de seca, o que gera muita dificuldade para os criadores. Na fotografia, podemos ver um barreiro que foi construído no mês de fevereiro e com uma chuva de 137 mm que ocorreu no dia 19 de março, transbordou.

O crescimento do feijão no Sertão de Pernambuco


As fotos

Nestas fotografias podemos observar uma área da caatinga com o plantio de feijão. As fotografias foram obtidas no município de Lagoa Grande, PE.




Os fatos

A irregularidade das chuvas no Sertão de Pernambuco este ano têm contribuído para que poucos agricultores se arrisquem em plantar sem a certeza das chuvas. Embora tenham ocorrido algumas chuvas em toda a região, os veranicos provocaram a morte das plântulas de milho e feijão plantados pelos agricultores nos meses de dezembro e janeiro. Todavia, em algumas comunidades onde as chuvas foram mais intensas os agricultores que plantaram feijão estão na esperança de colher alguma coisa. O plantio foi realizado com as chuvas do dia 19 de fevereiro que foi, em média, de 56 mm. Todavia, só voltou a chover no dia 19 de março, um mês depois. Neste período, as altas temperaturas que ocorreram na região castigaram severamente as plantas que germinaram. Em anos normais, no mês de março já teriamos uma boa produção de feijão, melancia, etc. Contudo este ano os agricultores do Sertão terão o almoço da sexta-feira santa sem nada das lavouras na mesa. Na fotografia, podemos ver uma área com plantio de feijão. Se houver mais chuvas para o desenvolvimento do feijão, pode ser que os agricultores consigam colher alguma coisa.

sábado, 24 de março de 2012

Cisternas de plástico no Sertão da Bahia

As fotos

Nestas fotografias podemos ver um grande número de cisternas de plástico em uma quadra. As fotografias foram obtidas no município de Chorrochó, BA.





Os fatos

As cisternas de plástico estão sendo distribuídas em diversos municípios do Sertão nordestino. Com a facilidade de transporte e uma produção de 50 cisternas por dia na fábrica de Petrolina, PE, a demanda do Programa Brasil Sem Miséria vai ser alcançada rapidamente.  A forma como o governo deu início a esse programa poderá  implantar as 750 mil cisternas previstas antes do prazo estabelecido. Assim, muitos agricultores que até hoje ainda esperam a construção de uma cisterna de placas pelo Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) coordenado pela ASA têm seu sonho realizado. A primeira cisterna deste novo modelo foi implantada no dia 13 de dezembro de 2011 na Comunidade de Sítio Caldeirão no município de Cedro, PE. A família beneficiada foi a da agricultora Lucilene Maria da Conceição.  A segunda cisterna de plástico foi instalada na Comunidade de Chapada da Serra Branca no município de Paulistana, PI no dia 28 de janeiro de 2012. Embora já tenham ocorrido alguns problemas com cisternas instaladas, as falhas estão sendo corrigidas e a cada instante mais uma família de nordestinos recebe uma cisterna. O problema que ainda precisa ser discutido é o aumento na frota de carros-pipas para o abastecimento inicial destas cisternas, visto que, em alguns municípios elas estão chegando no final das chuvas e as famílias precisam de água.

quinta-feira, 22 de março de 2012

A venda de imbu nas feiras livre de Petrolina, PE

As fotos

Nestas fotografias, podemos observar uma agricultora da comunidade de Santana do Sobrado no município de Casa Nova, BA, vendendo frutos do imbuzeiro em uma feira livre. As fotografia foram obtidas na Feira livre de Areia Branca no município de Petrolina, PE.





Os fatos

A colheita e comercialização do fruto do imbuzeiro nos primeiros meses de 2012 têm contribuído substancialmente na formação de renda de muitas famílias da região semiárida do Nordeste. Como as chuvas que ocorreram até o momento não foram suficiente para o plantio e produção de nenhuma lavoura na região, essa alternativa é uma das principais ocupações da mão-de-obra na maior parte das comunidades do Sertão nordestino, principalmente do Estado da Bahia. Em muitas comunidades os agricultores utilizam parte da produção do imbu para a produção de doces, geleias, sucos, etc. Com a agregação de valor ao fruto do imbuzeiro os agricultores conseguem obter uma renda extra que contribui para melhoria da qualidade de vidas das famílias rurais que realizam o extrativismo do fruto do imbuzeiro. Nas feiras livres de Petrolina, PE, muitos agricultores das comunidades de Santana do Sobrado e Riacho do Sobrado, localizadas no município vizinho de Casa Nova, BA, iniciaram a venda de frutos do imbuzeiro na segunda quinzena de dezembro de 2011 e segundo os agricultores, a safra pode se prolongar até a primeira quinzena de abril de 2012.

terça-feira, 20 de março de 2012

A produção de feijão no Sertão de Pernambuco com o mínimo de chuvas

As fotos

Nestas fotografias podemos ver a colheita de feijão em uma área de caatinga nos primeiros dias de março. As fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.





Os fatos

O período chuvoso no Sertão de Pernambuco tem início no mês de outubro com as primeiras trovoadas. Em outubro de 2011 choveu 12,5 mm no dia 17. Essa chuva não foi suficiente para mudar o cenário da seca, más contribuiu para formação de pastagem para os animais e para floração de muitas plantas da caatinga. No mês de novembro de 2011, choveu um total de 56,7 mm, sendo 48,7 mm no dia 2, 2,0 mm no dia 4 e 6,0 mm no dia 9 de novembro. Com essas chuvas muitos agricultores plantaram milho e feijão, todavia o período de estiagem estendeu-se até o dia 12 de dezembro e tudo que germinou não suportou as altas temperaturas deste período. Nos dias 12, 13 e 14 de dezembro choveu um total de 37,5 mm e outra vez os agricultores realizaram o plantio de milho e feijão. Com essas chuvas, realizamos o plantio de feijão em uma área de caatinga na Estação Experimental da Caatinga na Embrapa Semiárido. Para o plantio o solo foi preparado com uma aração e em seguida foi passada uma grade. O feijão foi plantado no sistema de sulcos em curva de nível, conhecidos como “Sistema Guimarães Duque”. Esse sistema de plantio permite que um maior volume de água fique acumulado no solo e favoreça o crescimento das plantas. O feijão iniciou a germinação no dia 19 de dezembro. No mês de janeiro de 2012 não ocorreu nenhuma chuva na área do experimento. Neste período, as plantas não cresceram muito e algumas morreram. No dia 1 de fevereiro de 2012 foi registrada uma precipitação de 0,3 mm que não alterou a situação na região. As chuvas voltaram a ocorrer nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro com 14,2 mm, 5,0 mm e 8,5 mm, respectivamente. Essas precipitações tiveram um papel muito importante na sobrevivência das plantas de feijão. No dia 19 de fevereiro ocorreu uma precipitação de 56,5 mm que foi suficiente para que o feijão florasse e iniciasse a formação das vagens. No mês de março foi registrada uma precipitação de 1,5 mm no dia 7 e 19,1 mm no dia 19 de março. No total foram 142,6 mm registrados na área do experimento até o início da colheita. Esses resultados são animadores, visto que, essas variedades de feijão associadas às práticas de manejo do solo que favorecem a captação de um maior volume de água no solo podem possibilitar a garantia de safra em anos de irregularidades climáticas severas.