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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O menino e a baladeira na caatinga




A foto

Nesta fotografia, podemos observar um menino com uma baladeira na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 17 de dezembro de 2010 no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, há muitas tradições que atravessam gerações. A baladeira ou estilingue é uma destas. Este objeto é composto por uma pequena forquilha de madeira obtida de algumas plantas da caatinga e uma tira de borracha de câmera de ar de pneus ou um elástico que ao ser esticado produz impulso suficiente para atirar uma pequena pedra a uma grande distancia. De modo geral, as crianças do interior do Nordeste ainda utilizam a baladeira para brincadeiras de criança e matar pequenos pássaros da caatinga. Contudo, este objeto é tão simples que não apresenta qualquer ameaça aos pássaros da caatinga.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A falta de água nos açudes do Sertão de Pernambuco




A foto

Nesta fotografia, podemos observar um açude com pouca água no Sertão de Pernambuco. A fotografia foi obtida no dia 17 de dezembro de 2010 no município de Lagoa Grande, PE.

O fato

Embora existam mais de 70 mil açudes no Nordeste semiárido que armazenam aproximadamente 30 bilhões de m³ de água, a população da zona rural ainda sofre bastante com a falta de água. Os 30 bilhões de m³ de água parece muito, contudo esse valor representa a capacidade máxima de armazenamento desses 70 mil açudes, não a verdadeira realidade, pois, alguns desses açudes nunca acumularam sua capacidade máxima e na maior parte do ano, não tem água para atender as necessidades das populações e animais da região. Assim, vendo simplesmente os números, pode-se achar que há muita água no interior do Nordeste, todavia a realidade é de grandes açudes que nunca encheram ou passam o ano sem água. Por outro lado, há grandes açudes que tem pouca utilização e na verdade suas águas praticamente evaporam mais do que a quantidade utilizada. Na fotografia podemos ver um açude na comunidade de Sítio  Satisfeito no município de Lagoa Grande, PE. Nesta região choveu este ano até o dia 17 de dezembro de 2010 um total de 520,1 mm sendo: 35 mm no mês de fevereiro; 105,1 mm no mês de março e 125,5 mm no mês de abril. Nos meses de maio, junho, julho, agosto, setembro e novembro não foi registrada nenhuma precipitação. Em outubro choveu 43,5 mm e nos primeiros 15 dias de dezembro choveu 211 mm. Porém, as chuvas de dezembro pouco ou quase nada alteram na situação dos meses anteriores que castigou os agricultores com a seca.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

As chuvas de dezembro no sertão de Pernambuco





A foto

Nesta fotografia, podemos observar a ocorrência de uma chuva na caatinga. A fotografia foi obtida no dia 14 de dezembro de 2010 no município de Petrolina, PE.

O fato

Na região semiárida do Nordeste, os meses de outubro, novembro e dezembro, normalmente são considerados os mais quentes e secos, isto é, com pouca ou nenhuma chuva. Contudo, se analisarmos a série histórica da ocorrência de chuvas na caatinga do município de  Petrolina, PE de 1982 a 2010 podemos observar que o mês de dezembro apresenta uma média de 56,7 mm com o maior volume registrado no ano de 1989 com um volume de 369,3 mm. Essas chuvas causaram muitos problemas para região, visto que, não era esperada tanta chuva para esse mês. Com esse total, o ano de 1989 fechou com 864,7 mm. Mais recentemente, tivemos 103,4 mm no mês de dezembro de 2009 que fechou com 878,6 mm, portanto, um pouco maior que o ano de 1989. Este ano, na comunidade de Pereiro, Distrito de Pau Ferro no município de Petrolina, PE foram registrados até o dia 30 de novembro, somente 351,5 mm. Contudo, nos primeiros 12 dias do mês de dezembro já foi registrado 157,8 mm. Esse total é superior a média do mês de março que é considerado o de maior ocorrência de chuvas na região e o segundo dezembro mais chuvoso em 29 anos. Entretanto, essas chuvas vieram trazer um grande alívio para toda região semiárida do Nordeste, visto que já estava faltando alimentos e água para os animais. Com relação à água para o consumo das pessoas,  essa necessidade vem sendo atendida pelos carros-pipas.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A degradação natural das áreas de caatinga nas serras do Nordeste



A foto


Nesta fotografia  podemos observar uma área de serra com a vegetação de caatinga degradada.em função da erosão do solo.  A fotografia foi obtida no dia 11 de agosto de 2010 no município de Betânia do Piauí,  PI.

O fato

Estudos recentes demonstraram que o total de caatinga desmatada saltou de 43,38% para 45,39% num período de seis anos. A taxa anual média de desmatamento nos seis anos foi de 2.763 quilômetros quadrados. Levantamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) divulgado recentemente apontou que, entre 2002 e 2008, a caatinga teve 16.576 quilômetros quadrados desmatados, o que equivale a mais da metade da área do Estado de Alagoas. Por outro lado, alguns estudos têm demonstrado que a fragilidade dos solos das áreas de caatinga do Nordeste favorece a degradação. Os solos descobertos, principalmente nas áreas de serra da caatinga são muito susceptíveis à erosão hídrica e eólica, favorecendo a remoção dos nutrientes das áreas degradadas o que vai dificultar o crescimento do extrato vegetal. As áreas de maior vulnerabilidade, geralmente são de solos rasos, sem capacidade de retenção de água e com limitações físicas e químicas, que aumentam a degradação. Assim, o solo é um fator principal na degradação dessas áreas. Neste sentido, atribuir a degradação unicamente a ação do homem parece não ser a opção mais adequada. Portanto, um trabalho de conscientização das populações destas áreas de que estes solos em áreas de serra apresentam alta fragilidade para degradação, talvez possa produzir mais resultados do que as punições aos agricultores que cultivam nestas áreas. Na fotografia podemos ver uma área de serra com parte do solo erodido e a vegetação em fase de degradação no município de Betânia do Piauí. Normalmente, o desmatamento tem como objetivo principal a formação de pastagem para os animais nas áreas mais planas como vemos na parte de baixo da fotografia.

Água de cisterna para consumo dos animais na caatinga


A foto


Nesta fotografia podemos observar uma cisterna construída para coletar água do telhado de um aprisco para consumo dos animais.  A fotografia foi obtida no dia 28 de janeiro de 2010 na Comunidade de Lagoa dos Cavalos no município de Petrolina, PE.

O fato

Tradicionalmente a cisterna rural foi desenvolvida com a concepção de armazenar a água da chuva captada no telhado das residências rurais para o consumo da família. Recentemente teve o início o Programa P1 + 2, onde uma parte da água armazenada pode suprir a necessidade de consumo da família e a outra pode ser utilizada para produção de alimentos ou consumo dos animais. Para isso, é necessário que a família tenha uma cisterna exclusiva para o consumo familiar e outra para o consumo dos animais. A idéia é aproveitar os telhados dos apriscos onde se perde um grande volume de água de chuva. Assim, o agricultor poderá ofertar água para os animais na época mais crítica da seca. De modo geral, os animais consomem água dos barreiros e açudes, contudo em anos de irregularidade climática, esses reservatórios armazenam pouca água, além da perda por infiltração e evaporação. Com a cisterna essas perdas são atenuadas. Na comunidade de Lagoa dos Cavalos os animais normalmente consomem água da lagoa que fica no centro da comunidade, contudo, em anos de seca severa, a lagoa seca totalmente e os animais ficam limitados a um bebedouro que é alimentado por um catavento que retira água de um poço. Com a cisterna para os animais o agricultor fica mais tranqüilo, visto que, o volume da cisterna que é de 16 mil litros é suficiente para manter seu rebanho nos meses de seca. Este ano a lagoa da comunidade secou no mês de agosto e o catavento passou alguns dias sem funcionar dificultando a oferta de água para os animais. Assim, para o agricultor que construiu a cisterna a oferta de a água para os animais foi garantida.